ECONOMIA
O Vice-Presidente, General Hamilton Mourão - 07/01/2018 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O presidente em exercício, Hamilton Mourão,
disse nesta terça-feira, 22, que a intenção do presidente Jair
Bolsonaro de mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para
Jerusalém não deveria ser motivo para um embargo saudita à carne de
frigoríficos brasileiros.
“A embaixada não está mudada ainda, o pessoal está se antecipando ao
inimigo”, declarou Mourão, quando perguntado se a suspensão seria uma
retaliação.
Das trinta plantas brasileiras que estavam exportando carne de frango
para a Arábia Saudita, cinco foram descredenciadas pela Arábia Saudita.
Mourão evitou comentar se de fato a embaixada será alterada. “Vamos
aguardar.”
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o motivo
alegado para a suspensão decorre “de critérios técnicos”. O
secretário-geral da Liga Árabe até 2011 e hoje um dos diplomatas do
Oriente Médio de maior influência na região, Amr Moussa, porém, afirmou
que a decisão seria uma retaliação dos países árabes à ideia de mudar a
embaixada brasileira em Israel. “O mundo árabe está enfurecido (com o
Brasil)”, disse Moussa, que participa do Fórum Econômico em Davos. “Essa
é uma expressão de protesto contra uma decisão errada por parte do
Brasil.”
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, por sua vez, afirmou que “não dá para saber se decisão dos sauditas teve viés ideológico”.
O anúncio do governo saudita foi divulgado na noite de segunda-feira 21
em relatório direcionado ao Ministério da Agricultura do Brasil. A
medida foi mal recebida pelo mercado nesta terça e os papéis da BRF
lideraram a queda do índice Ibovespa. As ações ON da BRF chegaram a
recuar 4,53%.
(Por
Estadão Conteúdo)
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