Maduro discursa em evento público na Venezuela (FEDERICO PARRA/AFP)
Nicolás Maduro se declarou “pronto” para negociar com o líder opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente da Venezuela
e convocou novos protestos para o país nesta quarta-feira 30. A
declaração foi concedida em entrevista à agência russa RIA, publicada
nesta quarta-feira 30.
“Estou pronto para me sentar em uma mesa
de negociações com a oposição, para conversarmos sobre o bem para a
Venezuela, a busca pela paz e o nosso futuro”, disse Maduro.
“Seria muito bom que houvesse eleições antecipadas para o Parlamento venezuelano, seria uma boa forma de debate político e uma solução com o voto popular”, afirmou. “Eu estaria de acordo que as eleições da Assembleia Nacional deveriam ser antecipadas, através de um decreto da Assembleia Nacional Constituinte, e servir como válvula de escape para a tensão que o golpe imperialista levou à Venezuela”.
Em outra entrevista para um veículo da Rússia, a agência Sputinik, o ameaçado presidente venezuelano voltou a atacar o governo americano, que reconhece Juan Guaidó como presidente legítimo do país e promove sanções para que haja transições no poder.
“O principal objetivo dos Estados Unidos é
obter o petróleo venezuelano, já que temos as maiores reservas de
petróleo certificado do mundo. Estamos a caminho também de ter uma das
maiores reservas de ouro do mundo, além de termos reservas enormes de
diamante, água potável e alumínio. Somos uma potência no campo dos
recursos energéticos”, declarou.
“Eles (os Estados Unidos) nos consideram
como seu quintal. E nós dizemos que não somos quintal de ninguém, somos
uma república independente”, complementou Maduro.
Nesta terça-feira, o Tribunal Supremo da Venezuela determinou a proibição da saída do país do líder oposicionista Juan Guaidó,
em decisão proclamada nesta terça-feira 29. Presidente da Assembleia
Nacional, ele se autonomeou neste mês presidente interino, em desafio ao
governo do presidente Nicolás Maduro.
Ainda antes do anúncio, na
segunda-feira, Guaidó convocou novas manifestações populares contra o
governo de Maduro em sua conta no Twitter. Atos da semana passada
deixaram ao menos 29 mortos e quase 350 detidos, de acordo com
organizações de defesa dos direitos humanos.
(Com EFE)
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