O deputado federal Pastor Sargento Isidório (AVANTE-BA), participa do Seminário 'O Instituto da Adoção no Brasil', na Comissão de Seguridade Social e Família - 21/05/2019 (Claudio Andrade/Câmara dos Deputados)
O deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) acusa o presidente Jair Bolsonaro de desautorizar os outros poderes com suas decisões. “Ele quer americanizar o país e esquece que o problema é a falta de educação. O presidente desrespeita as Forças Armadas, desrespeita o Judiciário.”
Em entrevista a VEJA, o pastor se disse a favor da pacificação do Brasil e deixa claro que “gosta de algumas das posições” de Bolsonaro, apesar de ter votado em seu oponente no segundo turno das eleições de 2018.
“Votei no Haddad, mas gosto de algumas posições do presidente. Ele tem bons projetos, mas como vou para um café da manhã com ele quando ele se alia com pessoas como aquele Olavo lá, que se diz astrólogo (se referindo ao escritor Olavo de Carvalho). Esse aí, por exemplo, é o feiticeiro do rei, veio para tocar fogo no governo.”
O parlamentar gerou rebuliço nas redes sociais ao propor uma conversa de “doido para doido” com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Contrário ao decreto que libera o uso de armas para civis, um tópico alterado nesta quarta-feira, 22, pelo governo, o policial militar aposentado se ofereceu para estabelecer um diálogo com o capitão em nome da Câmara.
“Pelo perfil dele, me sinto
preparado pra ir até (conversar com Bolsonaro), se for necessário.
Porque venho da Bahia, sou conhecido como doido e pra conversar com
doido, só outro doido”, discursou Isidório, provocando o riso dos
colegas deputados.
A Câmara quase sempre é um ambiente desgastante, mas de vez em quando a gente dá umas risadas.
O pastor, que está em seu primeiro mandato como deputado federal, trabalhou por doze anos como deputado estadual da Bahia. Ele deu a polêmica declaração durante a sessão de terça-feira 21 no plenário da Câmara, no momento em que diversos políticos e membros da sociedade argumentavam contra a medida do Palácio do Planalto.
Esta não foi a primeira vez que Isidório criticou a flexibilização do porte de armas. No último dia 9, o congressista baiano fez um ato performático no chão da Câmara dos Deputados.
Com uma pistola na mão, ele deitou com a roupa manchada de sangue falso, apontando a arma para os colegas e visitantes que passavam na Ala das Comissões. “Derramar sangue, é isso que o governo quer?”, dizia um dos cartazes espalhados ao seu lado.
Ao justificar a sua proposta de uma conversa de um “doido para outro”, Isidório deixa claro que sua loucura não seria a mesma a acometer o presidente.
“Ele precisa ser iluminado por Deus. Ele não tem culpa da desgraça do país, que já vinha de antes, mas não pode agir assim, como se fosse um tirano. Eu sou o doido que está buscando a paz, o Brasil precisa disso. Na Câmara, existe a bancada evangélica, a bancada da bala. Eu decidi criar a bancada da paz.”
(Por Pietra Carvalho/Veja.com.br)
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