segunda-feira, 5 de abril de 2021

O intrigante encerramento no Mato Grosso da investigação sobre a compra da faculdade da família de Gilmar Mendes

TJMT

 Foto: Carlos Moura/SCO/STF

 Foto: Carlos Moura/SCO/STF

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) suspendeu, em fevereiro deste ano, o julgamento sobre a investigação de uma compra feita pelo governo do estado de uma faculdade pertencente à família de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

A União de Ensino Superior de Diamantino (Uned), cujo um dos sócios era Gilmar Mendes, foi vendida ao estado do Mato Grosso, na Gestão de Silval Barbosa (MDB). Na época, a estatização da faculdade custou aos cofres públicos o montante de R$ 7,7 milhões, entre 2013 e 2014.

Paralelamente, em 2015, um mandado de busca e apreensão foi autorizado pelo ministro Dias Toffoli, na casa de Silval. A Polícia Federal investigava o governador pelos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e corrupção passiva, no âmbito da “Operação Ararath”, que havia iniciado em 2013.

O inquérito da PF e do Ministério Público Federal desmontou um grande esquema de lavagem de dinheiro e corrupção política no topo do governo de Mato Grosso. O caso foi para o Supremo quando um dos principais operadores da quadrilha topou uma delação premiada e entregou o governador e seus aliados.

A força-tarefa recolheu provas e descobriu que o grupo de Silval Barbosa usava a máquina do Governo para financiar campanhas eleitorais. A Família Mendes mantinha boas relações com Barbosa. Gilmar chegou a ligar para o governador no dia da realização da busca e apreensão e o áudio cabuloso foi vazado na imprensa.

Diante da proximidade da Família Mendes, do próprio ministro e Silval Barbosa e com a venda da faculdade, justamente ao governo do estado, o Ministério Público Estadual (MPE) abriu investigação, em 2017, para averiguar a estatização da Uned. O processo tramitou em segredo de justiça.

Mas, este ano, os desembargadores Maria Aparecida Ribeiro e Mário Roberto Kono de Oliveira votaram pelo fim da investigação. Já o magistrado Luiz Carlos da Costa, presidente da 2ª Câmara de Direito Público e Coletivo do TJMT, pediu vista do processo. Por fim, o recurso foi rejeitado em definitivo.

O MP investigava se Gilmar Mendes se beneficiou, financeiramente, da estatização realizada na gestão de Silval Barbosa.

Com a venda da Uned, a faculdade privada tornou-se um campus da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat); oferecendo cursos gratuitos de Direito, Administração, Enfermagem e Educação Física.

A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso informou que não poderia repassar outros detalhes porque o processo correu em segredo de justiça.

 

(Por:Jornal da Cidade Online)

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