segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Dono da OAS tentou suavizar seus crimes. Ele queria aparecer com apenas pequenos pecados na Lava Jato

LAVA JATO
 


OAS tentou excluir o filho do principal sócio do grupo dos crimes relatados na negociação do acordo de delação premiada.

A ideia era mostrar que César Mata Pires Filho, filho do patriarca que criou a empresa, que controla 90% do grupo, cometeu só pecadilhos quando se compara o que fez com os crimes de seu irmão, Antonio Carlos Mata Pires.

Léo Pinheiro, que tem 10% do controle da OAS, mas aparecia como a face pública do grupo, também tentou primeiro omitir e depois minimizar o papel de César no esquema de suborno.

A estratégia não deu certo e por pouco não desandaram de vez as negociações do acordo, um dos mais intricados na história da Operação Lava Jato –a primeira tentativa de acerto foi encerrada pela Procuradoria-Geral da República no ano passado sob alegação de quebra de confiança na empresa.

César será um dos delatores da OAS e vai relatar pagamentos de propina e caixa dois em obras do governo do Estado de São Paulo, como linhas do Metrô e Rodoanel, segundo a Folhaapurou com profissionais envolvidos nas negociações.

O Estado é governado por tucanos desde 1995, mas o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), que está em seu quarto mandato, não aparece na lista de César.

Outros governadores, no entanto, estão na lista de César como recebedores de contribuições de campanha via caixa dois.

Seu papel no esquema de corrupção da OAS é de menor porte quando se coteja com o de Antonio Carlos Mata Pires. Antonio Carlos foi o principal interlocutor com a Funcef, fundo de pensão da Caixa Econômica Federal, que investiu R$ 200 milhões em 2014 em um fundo da OAS.

Nas negociações em curso, Antonio Carlos vai contar que o aporte de R$ 200 milhões do Funcef foi feito mediante o pagamento de propina a funcionários do fundo de pensão.

O acordo negociado pela OAS atinge o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Aécio Neves (PSDB-MG), governadores, deputados, senadores e ministros do Superior Tribunal de Justiça.

(Folhapress)

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