LAVA JATO
OAS tentou excluir o filho do principal sócio do grupo dos crimes relatados na negociação do acordo de delação premiada.
A ideia era mostrar que César Mata Pires Filho, filho do patriarca
que criou a empresa, que controla 90% do grupo, cometeu só pecadilhos
quando se compara o que fez com os crimes de seu irmão, Antonio Carlos
Mata Pires.
Léo Pinheiro, que tem 10% do controle da OAS, mas aparecia como a
face pública do grupo, também tentou primeiro omitir e depois minimizar o
papel de César no esquema de suborno.
A estratégia não deu certo e por pouco não desandaram de vez as
negociações do acordo, um dos mais intricados na história da Operação
Lava Jato –a primeira tentativa de acerto foi encerrada pela
Procuradoria-Geral da República no ano passado sob alegação de quebra de
confiança na empresa.
César será um dos delatores da OAS e vai relatar pagamentos de
propina e caixa dois em obras do governo do Estado de São Paulo, como
linhas do Metrô e Rodoanel, segundo a Folhaapurou com profissionais envolvidos nas negociações.
O Estado é governado por tucanos desde 1995, mas o governador
paulista Geraldo Alckmin (PSDB), que está em seu quarto mandato, não
aparece na lista de César.
Outros governadores, no entanto, estão na lista de César como recebedores de contribuições de campanha via caixa dois.
Seu papel no esquema de corrupção da OAS é de menor porte quando se
coteja com o de Antonio Carlos Mata Pires. Antonio Carlos foi o
principal interlocutor com a Funcef, fundo de pensão da Caixa Econômica
Federal, que investiu R$ 200 milhões em 2014 em um fundo da OAS.
Nas negociações em curso, Antonio Carlos vai contar que o aporte de
R$ 200 milhões do Funcef foi feito mediante o pagamento de propina a
funcionários do fundo de pensão.
O acordo negociado pela OAS atinge o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), o senador Aécio Neves (PSDB-MG), governadores, deputados,
senadores e ministros do Superior Tribunal de Justiça.
(Folhapress)
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