Nicolás Maduro, durante coletiva de imprensa no Palácio Miraflores em Caracas, na Venezuela - 22/08/2017 (Juan BARRETO/AFP)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto presidencial que proíbe transações com novos títulos de dívida do governo da Venezuela ou de sua petroleira estatal na tentativa de interromper o financiamento que alimenta a “ditadura de Nicolás Maduro“, anunciou a Casa Branca nesta sexta-feira.
O decreto é o maior pacote de sanções adotado por Washington contra Maduro até hoje e tem por meta punir o governo de esquerda pelo que Trump classificou como uma erosão da democracia no país rico em petróleo, já sofrendo com uma crise econômica.
Proibir negociações com títulos novos tornará difícil para a combalida petroleira PDVSA refinanciar o pesado fardo de sua dívida. Investidores esperavam que a empresa tentasse reduzir pagamentos iminentes por meio de uma operação como essa, que geralmente exige a emissão de novos papéis.
A medida pode deixar a estatal, já carente de dinheiro, ainda mais perto de um possível calote, ou intensificar sua dependência da China e da Rússia, parceiros essenciais que já emprestaram bilhões de dólares a Caracas. Mas o decreto protege os portadores da maioria dos títulos existentes do governo e da PDVSA, que ficaram aliviados pelo fato de as sanções não terem ido mais longe.
Até aqui, o governo de Trump só tinham imposto sanções financeiras e jurídicas contra Maduro e 20 funcionários e colaboradores, acusando-os de ferir a democracia, corrupção ou violação dos direitos humanos.
Crise humanitária?
O governo de Maduro criticou as novas sanções americanas contra o país e questionou se o objetivo dos Estados Unidos era o de criar uma “crise humanitária” em seu país. “Esta é a pior das agressões”, afirmou o chanceler Jorge Arreaza à imprensa depois da reunião com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. “A Venezuela é uma democracia”, enfatizou.“O que querem fazer? Fazer o povo venezuelano passar fome? É isso que querem fazer?”, questionou. Arreaza disse também que, para compensar o impacto, Caracas vai se aproximar mais da Rússia e da China.
Sem operação militar em breve
Em coletiva de imprensa, a Casa Branca descartou uma eventual operação militar contra a Venezuela no futuro próximo, uma possibilidade evocada há duas semanas por Trump, mas rechaçada pelos países da América Latina, incluindo os mais críticos a Maduro.“Avaliamos uma ampla gama de opções. Qualquer decisão será tomada em acordo com nossos parceiros na região. Nenhuma ação militar está proposta no futuro próximo”, declarou o general HR McMaster, assessor de segurança nacional do presidente Donald Trump.
(Com Reuters e AFP)
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