PRIVATIZAÇÕES
Mais do que participar da cúpula dos chefes de Estado dos BRICS, o
presidente brasileiro Michel Temer (PMDB) chega nesta quinta-feira à
China em uma visita de Estado com a estratégica missão de vender parte
de seu incerto programa de privatização de 57 empresas públicas do
Brasil, o maior em 20 anos, que inclui a gigante Eletrobrás, o aeroporto
de Congonhas e até a Casa da Moeda, além de várias obras de
infraestrutura. As empresas serão expostas como em vitrines ao chineses,
ávidos investidores no país, mas representantes dos outros países no
encontro _Rússia, África, Índia e África do Sul_ não serão deixados de
lado.
A China é o principal parceiro comercial brasileiro. No ano passado, a
balança comercial entre os dois países atingiu a cifra de 58,4 bilhões
de dólares – sendo 35,1 bilhões de exportação brasileira e 23,3 bilhões
em importações. Além disso, O Brasil se transformou nos últimos dois
anos no principal beneficiário das linhas de crédito dos bancos
chineses. Essas instituições concederam no ano passado empréstimos no
valor de 15 bilhões de dólares (47 bilhões de reais), máximo histórico
que coincidiu com um dos anos mais conturbados em política e economia no
Brasil.
Temer abordou os eventuais negócios entre Brasil e China em
entrevista à emissora de TV estatal chinesa CCTV, nesta semana.
“Esperamos que a China possa se interessar de participar desses eventos,
dessas concessões que nós vamos fazer, para se trazer naturalmente
capital para o Brasil”. O embaixador do Brasil no país asiático, Marcos
Caramuru, acredita que os empresários chineses teriam interesse nas
áreas de energia elétrica, rodovias, ferrovias e portos. “Tem ativos na
área de infraestrutura que vão interessar aos chineses e fazer com que
eles se posicionem para participar dos leilões. A China foi o país que
mais investiu em infraestrutura no mundo. Por trás disso, eles têm uma
capacidade de financiamento robusta”, disse Caramuru à Agência Brasil.
(El País)
Nenhum comentário:
Postar um comentário