quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Michel Temer coloca seu pacote de privatizações na vitrine chinesa

PRIVATIZAÇÕES
 Temer durante encontro com o presidente da China, Xi Jinping, em setembro de 2016 (Foto: Beto Barata / PR)

Mais do que participar da cúpula dos chefes de Estado dos BRICS, o presidente brasileiro Michel Temer (PMDB) chega nesta quinta-feira à China em uma visita de Estado com a estratégica missão de vender parte de seu incerto programa de privatização de 57 empresas públicas do Brasil, o maior em 20 anos, que inclui a gigante Eletrobrás, o aeroporto de Congonhas e até a Casa da Moeda, além de várias obras de infraestrutura. As empresas serão expostas como em vitrines ao chineses, ávidos investidores no país, mas representantes dos outros países no encontro _Rússia, África, Índia e África do Sul_ não serão deixados de lado.

A China é o principal parceiro comercial brasileiro. No ano passado, a balança comercial entre os dois países atingiu a cifra de 58,4 bilhões de dólares – sendo 35,1 bilhões de exportação brasileira e 23,3 bilhões em importações. Além disso, O Brasil se transformou nos últimos dois anos no principal beneficiário das linhas de crédito dos bancos chineses. Essas instituições concederam no ano passado empréstimos no valor de 15 bilhões de dólares (47 bilhões de reais), máximo histórico que coincidiu com um dos anos mais conturbados em política e economia no Brasil.

Temer abordou os eventuais negócios entre Brasil e China em entrevista à emissora de TV estatal chinesa CCTV, nesta semana. “Esperamos que a China possa se interessar de participar desses eventos, dessas concessões que nós vamos fazer, para se trazer naturalmente capital para o Brasil”. O embaixador do Brasil no país asiático, Marcos Caramuru, acredita que os empresários chineses teriam interesse nas áreas de energia elétrica, rodovias, ferrovias e portos. “Tem ativos na área de infraestrutura que vão interessar aos chineses e fazer com que eles se posicionem para participar dos leilões. A China foi o país que mais investiu em infraestrutura no mundo. Por trás disso, eles têm uma capacidade de financiamento robusta”, disse Caramuru à Agência Brasil.

(El País)

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