quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Fernando Mineiro: “Prefeito Carlos Eduardo lançou Natal no buraco.” Deputado estadual avaliou gestões do prefeito, do governador e as chances de Lula e do Partido dos Trabalhadores nas eleições de 2018

ANÁLISE
 
 Fernando Mineiro, deputado estadual do PT

Passados oito meses do início da nova gestão de Carlos Eduardo Alves (PDT), o deputado Fernando Mineiro (PT), que chegou a disputar com ele o pleito pela gestão de Natal em 2016, avaliou negativamente a administração atual do prefeito. Fazendo referência à quantidade de buracos nas vias e bairros da capital, o parlamentar afirmou que “Carlos Eduardo lançou Natal literalmente no buraco”.

“Estamos vivendo o resultado de um estelionato eleitoral. Carlos Eduardo prometeu uma outra cidade durante as eleições, e as pessoas estão, lamentavelmente, tendo um choque de realidade diante dessa administração inoperante e ausente; parece que Natal não tem gestão, não se vê o prefeito falar em nada”, disse Mineiro, que lembrou ainda que o prefeito teve, recentemente, aliados e auxiliares, como os ex-secretários municipais Jerônimo Melo, Antônio Fernandes e Fred Queiroz, envolvidos e citados em investigações do Ministério Público do Rio Grande do Norte.

Avançando para a análise do Executivo estadual e da gestão de Robinson Faria (PSD), Mineiro se mostrou desapontado com o fato de que o governador acabou cortando laços com o PT após ser eleito, quando parecia mostrar um lado promissor para a sigla. “Deixou muita frustração, até porque estivemos caminhando com ele. Achávamos que ele teria todas as condições de fazer algo inovador, já chegou ao governo de maneira independente, mas, na primeira oportunidade que teve, abandonou esse projeto nacional. Ele surfou no golpe e se juntou a quem trabalhava e trabalha pelo retrocesso. Ele se tornou incapaz de dar respostas à sociedade. Infelizmente, falou mais forte o lado tradicional e conservador dele”, opinou.

Diante das análises negativas, para Mineiro, tanto Natal quanto o Rio Grande do Norte precisam renovar seus representantes do Executivo, porque “há um esgotamento muito claro dessas lideranças”. O petista espera que, com a chegada de 2018, o PT possa mostrar à sociedade “um novo modelo de governo” através do ex-presidente Lula. “A sociedade potiguar precisa se mexer para enfrentar esse buraco em que o estado foi colocado. Existe um anseio da população por um caminho diferenciado”.

De acordo com o parlamentar, o Partido dos Trabalhadores irá, entre setembro e outubro, realizar uma série de eventos, reuniões, debates e seminários com o intuito de discutir a situação do Rio Grande do Norte e “analisar alternativas para a saída da crise”. Para ele, o PT tem que apresentar um projeto com medidas que retomem o desenvolvimento, e atendam os interesses dos trabalhadores e daqueles que compõem setores mais esquecidos da população, como “pequenos e médios empresários da cidade e do campo. Em vez de colocar os recursos públicos para alimentar a fome do capital financeiro, é preciso investir na produção”.

“PT está convencido da candidatura de Lula”

Para as eleições presidenciais de 2018, o PT já confirmou extraoficialmente que Lula será candidato. Enquanto isso não acontece, o ex-presidente é alvo de investigações da Polícia Federal no caso do tríplex do Guarujá. Apesar disso, os membros da sigla estão confiantes de que Lula permanecerá livre e apto a ser tornar, novamente, presidente da República.

“O PT sequer fez debates sobre possíveis substitutos à candidatura de Lula e não fará nenhum desse porte, até porque estamos convencidos que, a despeito das tentativas de impedi-lo e de interditá-lo, ele será candidato. Assim deseja a maioria da população brasileira”, decretou Fernando Mineiro.

O deputado, contudo, defende que a Justiça Federal não vem tratando Lula de acordo com os princípios do Direito. Ele crê que, “claramente”, o objetivo das investigações é tirar Lula das eleições de 2018. “É como o próprio Lula disse: ele não está acima da lei, mas também não está abaixo. Infelizmente, vemos no Brasil uma politização e partidarização dos setores do judiciário, que ditam o tom nessa maneira de tratar as denúncias e investigações. Vê-se que os setores do judiciário usam dois pesos e duas medidas para tratar dessas questões”, disse.

Prevendo um aprofundamento da crise com a sequência do governo Temer, Fernando Mineiro criticou “a atitude vergonhosa de compra de deputados” do presidente no tocante ao seu julgamento em Brasília no começo deste mês.

“A retirada da presidente Dilma tinha objetivo de implementar esse programa que Temer está instituindo. Só não sabia disso quem foi contaminado pelo ódio de classes que ainda existe no Brasil. O que Temer está fazendo agora, já havia anunciado desde o final de 2015, naquele programa que o PMDB lançou chamado ‘Uma Ponte para o Futuro’. Não tem nenhum pais no mundo que tenha melhorado com medidas semelhantes que estão sendo tomadas no Brasil, a tendência é um aprofundamento da crise”, concluiu.

(AgoraRN)

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