BRASIL, POLÍTICA
Votação do processo contra o presidente Michel Temer, na Câmara dos Deputados, em Brasília (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
O PMDB
informou nesta quinta-feira as punições aos seis deputados federais do
partido que votaram a favor da denúncia por corrupção passiva contra o
presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados, na semana passada.
Segundo nota divulgada pela legenda presidida pelo senador Romero Jucá
(RR), a Executiva peemedebista decidiu suspender por 60 dias as funções
partidárias dos deputados Vitor Valim (CE), Jarbas Vasconcelos (PE),
Celso Pansera (RJ), Laura Carneiro (RJ), Sérgio Zveiter (RJ) e Veneziano
Vital do Rêgo (PB).
“Esta decisão foi tomada por descumprimento dos
parlamentares ao fechamento de questão sobre o assunto em reunião
realizada no dia 12 de julho, em Brasília. O ato de suspensão já foi
comunicado a todos os filiados e ao Conselho de Ética do partido”,
afirma.
Quando “fecham questão” em votações no Congresso, como fez o
PMDB contra a denúncia, os partidos pretendem que toda a bancada siga a
orientação de voto e sinalizam que retaliarão parlamentares que a
desrespeitarem.
Zveiter, um dos deputados punidos, foi o relator da acusação
contra Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Câmara. Ele apresentou relatório favorável ao prosseguimento da denúncia
ao Supremo Tribunal Federal (STF)
e foi derrotado no colegiado, que aprovou parecer contrário à aceitação
da acusação pela Câmara, apresentado pelo deputado Paulo Abi-Ackel
(PSDB-MG).
No plenário da Casa, a denúncia por corrupção apresentada pela Procuradoria-Geral da República com base nas delações premiadas da JBS foi derrubada por 263 votos a 227. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
deve apresentar mais uma acusação contra o peemedebista, desta vez por
obstrução à Justiça, que passará pelo mesmo trâmite na Câmara dos
Deputados, passando primeiro pela CCJ e depois pelo plenário.
Por meio de nota, Sérgio Zveiter classifica a decisão do
PMDB como “ridícula e covarde”. “Ridícula pois um partido que usa o
expediente inescrupuloso de distribuição de emendas parlamentares,
cargos e de ameaças de punição ao direito democrático do parlamentar
votar não tem autoridade moral de punir quem quer que seja. Covarde pois
ameaçou expulsar e agora vem com essa suspensão. Como não tenho cargos
no governo, não sou de frequentar o Palácio de pires na mão e não tenho
cargo na liderança no PMDB da Câmara, tal suspensão em nada me afetará”,
ataca o deputado.
(Veja.Abril.com.br)
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