sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Executiva do PT expulsa deputado acusado de ligação com PCC. Estiveram na reunião 17 dos 22 membros da Executiva estadual do PT em São Paulo

FORA

O deputado estadual Luiz Moura, alvo de processo de expulsão no PT em São Paulo. Foto: Divulgação
O deputado estadual Luiz Moura, alvo de processo de expulsão no PT em São Paulo. Foto: Divulgação
Depois de sessenta dias de suspensão, a Executiva Estadual do PT de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (31) que vai expulsar o deputado estadual Luiz Moura, acusado de ter ligações com o grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital).

Em reunião na manhã de hoje, os membros da executiva decidiram por unanimidade não acolher a defesa feita pelo deputado estadual e vão pedir aos membros do diretório que votem formalmente pela saída do parlamentar da legenda.

O Diretório Estadual do PT paulista deve se reunir nesta sexta-feira (01) para ratificar a decisão da Executiva, segundo o presidente estadual da sigla, Emídio de Souza:

“Essa decisão foi tomada após amplo processo, onde o deputado teve um amplo direito de defesa. Ele foi ouvido numa comissão especial criada pela Executiva, depois ouvido na bancada e na própria Executiva. Ele foi convidado para a reunião de hoje e tinha direito a trazer documentos e até oito testemunhas. Mas não veio. A única coisa que ele fez foi encaminhar um documento ontem, pedindo a anulação desse processo”, afirmou.

O presidente estadual do PT diz que as acusações que pesam contra o deputado estadual e os danos causados à imagem do partido em São Paulo foram os principais argumentos para a decisão de expulsar o parlamentar.
“Na ação que ele moveu contra toda a nossa coligação acabou causando uma enorme instabilidade e ele sabia que seria infrutífera. Mesmo assim, ele pediu a anulação da convenção na Justiça, prejudicando todas as candidaturas proporcionais e majoritárias da coligação”, argumenta Souza.
Estiveram na reunião 17 dos 22 membros da Executiva estadual do PT em São Paulo.

A defesa de Luiz Moura alega que o PT toma a decisão de expulsar o parlamentar sem ele nem ao menos ser alvo de inquérito formal ou investigação na Justiça. Mas para Emídio de Souza, os fatos policiais não precisam balizar as decisões de expulsão do PT.

“A decisão do PT não precisa esperar fatos policiais ou conclusão de inquéritos, nem precisa se basear em inquérito policial. Mesmo assim, o procurador geral do Estado entrou com um pedido no Tribunal de Justiça para investigá-lo. O TJ não se manifestou, mas deve fazer nos próximos dias. O PT quer deixar claro para sociedade brasileira que não tem qualquer tolerância contra qualquer mal feito”, declara Souza.
Luiz Moura estava suspenso do partido desde 02 de junho. Na eleição de 2010, ele foi um dos deputados estaduais mais bem votados do PT com 104.705 votos.

Em entrevista exclusiva há dois meses, o deputado disse que estava sendo vítima de preconceito dentro da legenda, por ter sido ex-presidiário e ter cometido crime quando tinha 19 anos. (Leia e entrevista completa: “PT se baseia em erros do passado para me punir”)

Os advogados do parlamentar dizem que vão ingressar na Justiça contra a decisão da legenda.

Fonte: Terra

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