FORA
Depois de sessenta dias de suspensão, a Executiva Estadual do PT de
São Paulo anunciou nesta quinta-feira (31) que vai expulsar o deputado
estadual Luiz Moura, acusado de ter ligações com o grupo criminoso PCC
(Primeiro Comando da Capital).
Em reunião na manhã de hoje, os membros da executiva decidiram por
unanimidade não acolher a defesa feita pelo deputado estadual e vão
pedir aos membros do diretório que votem formalmente pela saída do
parlamentar da legenda.
O Diretório Estadual do PT paulista deve se reunir nesta sexta-feira
(01) para ratificar a decisão da Executiva, segundo o presidente
estadual da sigla, Emídio de Souza:
“Essa decisão foi tomada após amplo processo, onde o deputado teve um
amplo direito de defesa. Ele foi ouvido numa comissão especial criada
pela Executiva, depois ouvido na bancada e na própria Executiva. Ele foi
convidado para a reunião de hoje e tinha direito a trazer documentos e
até oito testemunhas. Mas não veio. A única coisa que ele fez foi
encaminhar um documento ontem, pedindo a anulação desse processo”,
afirmou.
O presidente estadual do PT diz que as acusações que pesam contra o
deputado estadual e os danos causados à imagem do partido em São Paulo
foram os principais argumentos para a decisão de expulsar o parlamentar.
“Na ação que ele moveu contra toda a nossa coligação acabou causando
uma enorme instabilidade e ele sabia que seria infrutífera. Mesmo assim,
ele pediu a anulação da convenção na Justiça, prejudicando todas as
candidaturas proporcionais e majoritárias da coligação”, argumenta
Souza.
Estiveram na reunião 17 dos 22 membros da Executiva estadual do PT em São Paulo.
A defesa de Luiz Moura alega que o PT toma a decisão de expulsar o
parlamentar sem ele nem ao menos ser alvo de inquérito formal ou
investigação na Justiça. Mas para Emídio de Souza, os fatos policiais
não precisam balizar as decisões de expulsão do PT.
“A decisão do PT não precisa esperar fatos policiais ou conclusão de
inquéritos, nem precisa se basear em inquérito policial. Mesmo assim, o
procurador geral do Estado entrou com um pedido no Tribunal de Justiça
para investigá-lo. O TJ não se manifestou, mas deve fazer nos próximos
dias. O PT quer deixar claro para sociedade brasileira que não tem
qualquer tolerância contra qualquer mal feito”, declara Souza.
Luiz Moura estava suspenso do partido desde 02 de junho. Na eleição
de 2010, ele foi um dos deputados estaduais mais bem votados do PT com
104.705 votos.
Em entrevista exclusiva há dois meses, o deputado disse que estava
sendo vítima de preconceito dentro da legenda, por ter sido
ex-presidiário e ter cometido crime quando tinha 19 anos. (Leia e
entrevista completa: “PT se baseia em erros do passado para me punir”)
Os advogados do parlamentar dizem que vão ingressar na Justiça contra a decisão da legenda.
Fonte: Terra
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