ESTATÍSTICAS
Daísa Alves, Nadjara Martins e Pedro Andrade
repórteres
Para
cada cem carros acrescidos à frota do Rio Grande do Norte, 12,5
veículos são retirados. Mas o motivo da subtração não é a idade ou
substituição do automóvel. É roubo. Os dados são da Confederação
Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida,
Saúde Suplementar e Capitalização (Cnseg) e do Departamento Nacional de
Trânsito (Denatran). Segundo o órgão federal, 20.239 veículos foram
emplacados no RN de janeiro a junho deste ano. No mesmo período, 2.528
veículos foram roubados, de acordo com dados do CnSeg.
Junior Santos
Pátio da Deprov/Natal está lotado de veículos. No país, RN é o 15º com maior número de roubos
Com
a quinta maior frota do Nordeste, o RN é o terceiro entre os estados da
região com a maior quantidade de carros roubados durante o primeiro
semestre de 2014. O levantamento produzido pelo Cnseg considerou dados
oficiais captados de janeiro a junho com as secretarias estaduais de
segurança e com os departamentos de trânsito. Somente em junho, 366
veículos foram roubados – um aumento de 14,10% se considerado o mesmo
período do ano passado. Em junho de 2013, foram 348 veículos roubados.
Em 2012, foram 305.Se comparado o número de roubos de carro à frota total do Estado – que
atingiu um milhão de veículos no início do mês passado – o índice é
mínimo. Os roubos representam apenas 0,25% da frota total. Os números da
frota são atualizados mensalmente no portal do Denatran. Já no
cruzamento entre a frota emplacada do RN e os índices de saída, o Estado
sobe para segundo lugar do Nordeste na proporção entre entrada e saída
de veículos. Perde apenas para o Ceará, em que 14 carros são roubados a
cada 100 novos integrantes da frota local. O Maranhão é o estado
nordestino com a menor proporção: são 4 carros roubados a cada 100 novos
que entram para a frota.
No âmbito nacional, o RN é o 15º estado
com número de carros roubados durante o primeiro semestre de 2014. No
comparativo com a frota recém-emplacada, sobe para 10º lugar. Integram o
ranking dos dez primeiros lugares os estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás, Rio Grande do Sul,
Espírito Santo, Ceará e Amazonas.
O delegado Matias Laurentino,
diretor da Polícia Civil de Natal e Grande Natal, acredita que o numero
de roubos é menor do que o apontado no cruzamento de dados feito pela
TRIBUNA DO NORTE. Ele não arrisca palpite sobre quão menor seria esse
número. Ainda assim, considera o índice razoável.
“Está na
média da razoabilidade. Devemos considerar que houve um aumento da frota
nos últimos anos. São doze mil novos carros por mês”, considera. “Há
dez anos fui delegado da Deprov (Delegacia Especializada de Defesa da
Propriedade de Veículos e Cargas), e na época eram mil e duzentos carros
roubados por semana”, relata. Apesar de não serem considerados “altos”
os índices de roubo de automóveis, a perda de um carro pesa no bolso e
na rotina do potiguar. Há dois anos, a família de Yonara Fagundes, 29,
perdeu um carro com apenas dois anos de uso.
A mãe de Yonara,
Taneide Fagundes, estava saindo da casa de uma amiga, na avenida São
José, quando foi abordada por dois motoqueiros armados. O seguro que
havia feito antes não cobriu o prejuízo de R$ 25 mil, e a família
precisou esperar mais dois anos para comprar um novo carro. “Tenho um
pai doente, duas crianças, então sentimos muita falta do carro. Ter que
ir de ônibus para resolver as coisas é muito ruim”, comenta. Segundo
Yonara, a família se tornou mais cuidadosa ao sair com o carro.
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