LAVA-JATO
Indícios apontam que Youssef teria usado quatro empresas de fachada para manipular milhões de reais e dólares
Foto:
Aniele Nascimento / Agência de Notícias G/AE
Uma empreiteira que não mexe com um parafuso sequer. Uma firma de
software sem funcionários. Duas consultorias que servem, na realidade,
para aplicar no Exterior dinheiro desviado de estatais brasileiras.
Essas eram as atividades de quatro empresas de fachada usadas pelo
doleiro Alberto Youssef para manipular milhões de reais e dólares saqueados da Petrobras
por diretores desonestos. É o que apontam indícios coletados em ação
penal na Justiça Federal do Paraná que trata da sétima etapa da Operação Lava-Jato.
O processo relaciona pelo menos 33 contratos assinados entre Youssef e empreiteiras,
pelos quais circularam R$ 64 milhões. São valores sob suspeita de serem
mero disfarce de propina coletada para repassar a dirigentes da
estatal, que os redistribuíam a políticos.
Das quatro empresas em São Paulo usadas pelo doleiro para lavar
dinheiro sujo oriundo da Petrobras – algo que ele mesmo admite em
depoimentos desde março – apenas a GFD Investimentos está em nome dele.
Funciona no segundo andar do prédio 778 da Rua Renato Paes de Barros, em
São Paulo. No local, foram apreendidos 25 celulares e 10 chips. Quase
tudo era combinado por SMS (mensagem via celular) ou e-mail
As outras empresas estão em nome de Waldomiro de Oliveira, empregado
do doleiro: a MO Consultoria, a RCI Software e a Empreiteira Rigidez.
Apesar de uma lidar com computadores e a outra com finanças, a RCI e a
MO funcionavam no mesmo local: Alameda Santos, 32, conjunto 26, bairro
Cerqueira César. A Rigidez também ficava em Cerqueira César.
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