quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sesap mostra relatório detalhado da crise na saúde como desafio da próxima gestão. Desabastecimento na Unicat e pacientes em macas do Samu no Walfredo são apenas alguns exemplos

ABACAXI

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Alessandra Bernardo
alessabsl@gmail.com

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) apresentou hoje uma análise do Plano Estadual de Saúde referente aos anos 2012 a 2014 e a programação anual prevista para a área no próximo ano durante encontro que reuniu representantes de todos os setores da pasta. Na ocasião, um relatório da situação atual foi concluído e entregue à equipe de transição do governo, com dados referentes às ações, benfeitorias e problemas que a nova gestão encontrará a partir de janeiro.

O secretário Luiz Roberto Fonseca afirmou que todas as coordenações apresentarão os trabalhos realizados e apontar os pontos positivos e negativos, que farão parte de um relatório de mais de mil páginas que será entregue à equipe de transição para a próxima gestão estadual. Ele disse que o principal objetivo é socializar e analisar as ações já realizadas pelas várias unidades que formam a Sesap e definir as diretrizes a serem repassadas como metas para a equipe de Robinson Faria.

“Esperamos que esse diagnóstico situacional completo de todas as coordenações e unidades hospitalares do Estado, além de análise e planejamento em cima de cada um desses dados, para que eles possam subsidiar a gestão futura para a definição de estratégias e condutas que devem ser adotadas para planejamento, gestão de pessoas, na condução de recursos financeiros ou nas estruturas hospitalares e de referências”, explicou.

Para o planejamento de ações, o secretário citou a criação de uma série histórica que auxiliará a Sesap, junto ao Ministério da Saúde, para o aumento dos tetos de diversas especialidades médicas para a captação de recursos em convênios federais para o Estado. Também em relação à coordenadoria de hospitais, que possui hoje um retrato da realidade hospitalar potiguar de todas as 26 unidades, com total de profissionais, equipamentos, hierarquização, referência e contra-referência.

Luiz Roberto afirmou que a expectativa é que todas as informações prestadas hoje sirvam de legado para a gestão que se inicia no próximo dia 1º de janeiro de 2015. “Tudo está muito detalhado e esmiuçado, como foi para chegar até aqui, como é que está hoje e quais as dificuldades que enfrentamos para chegar até aqui e as que devem ser enfrentadas para se alcançar até onde se espera que a Saúde Pública chegue. Então, essa detecção, diagnóstico, prognóstico e caminho a ser seguido pelas gestões que irão nos suceder é que desejamos que seja aproveitado”, disse.

Desabastecimento
Atravessando uma grave crise gerada pelo desabastecimento de medicamentos e insumos médico-hospitalares que vem comprometendo os atendimentos e cirurgias realizadas pelos hospitais públicos da rede estadual, o Walfredo Gurgel vive hoje um cenário de desolação, que é retratado constantemente na imprensa potiguar. No entanto, para a diretora geral, Fátima Pereira, houve avanços importantes para a unidade, que hoje sofre principalmente com esse problema, gerado pela falta de recursos financeiros.

“O entendimento que nós tivemos é como recebemos o hospital e o que conseguimos avançar durante este ano e os apoios que recebemos, como o decreto de estado de calamidade e o SOS Emergência, que trouxeram melhorias para a unidade. Além disso, tivemos também o curso de gestão, onde nos mostraram ferramentas para trablharmis com estão hospitalar de urgência e emergência. Vamos mostrar tudo isso e o que precisamos para 2015, para evitar que aconteçam os mesmos problemas deste ano. Hoje, estamos na mídia apenas por causa do desabastecimento”, afirmou.

Quem também participou do encontro foi a diretora da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), Alaíde Porpino, que falou sobre a situação negativa do órgão. Ela disse que a alta dívida existente hoje do Rio Grande do Norte com os fornecedores de medicamentos e insumos hospitalares tem gerado enormes transtornos para o Estado.

“Temos solicitações de cancelamentos de empenhos e nós não conseguimos ter uma logística de forma que tenhamos retorno dentro de três meses por causa dos débitos. Conseguimos fazer negociações com alguns fornecedores, diminuindo o quantitativo a ser entregue, para tentarmos finalizar pelo menos este ano e o início do próximo, para ter algum estoque até lá. Com relação ao planejamento, nosso foco é voltado para os medicamentos especiais, mapeando os municípios, para fortalecer a política farmacêutica no Estado”, falou.

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