quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Ministério Público vai apurar problemas da Omar O’grady

PROLONGAMENTO

Valdir Julião
repórter

Entregue ao tráfego de veículos  em meados de 2014 sem a devida sinalização horizontal e vertical de trânsito, o prolongamento da avenida Omar O’Grady a partir da Cidade Satélite, na Zona de Natal, ainda depende de dotação orçamentária para o Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER-RN) concluir a sua duplicação, no trecho de encontro daquela artéria com a BR-101, a altura do Parque Industrial, em Parnamirim.

Alex RégisDER explicou que ainda depende de dotação orçamentária para concluir a duplicação da viaDER explicou que ainda depende de dotação orçamentária para concluir a duplicação da via

O diretor de Obras e Operações do DER-RN, Francisco Maciel Pereira, informou que a autarquia necessita de pelo menos R$ 2 milhões para desapropriar imóveis  nesse trecho de 600 metros que falta ser duplicado. “Acho que a dotação orçamentária sai ainda este mês”, disse ele, que voltava de viagem a Natal, na tarde de ontem, e falou por telefone para a TRIBUNA DO NORTE.

Os problemas da avenida Omar  O’Grady não se resumem a isso, pois os moradores no entorno da avenida reclamam da falta de iluminação pública, o que provoca insegurança, facilitando a ação de assaltantes a quem se aventura a trafegar por ela no horário noturno. Tanto é que o Ministério Público do Estado já instaurou o inquérito civil (06.2015. 00000381-1) em 28 de janeiro deste ano para apurar responsabilidades sobre a ausência de sinalização de trânsito e de iluminação da avenida Omar O’Grady, que passa a ter essa denominação a partir do entrocamento da avenida da Integração com a avenida Prudente de Morais, em Candelária.

 A 8ª promotora de Justiça Genivalda de Souza Figueiredo decidiu instaurar o inquérito civil a partir de reclamação do cidadão José Albino Neto, dando um prazo de dez dias úteis para o DER e o Governo do Estado se pronunciarem sobre a questão.

As obras do prolongamento da Omar O’Grady arrastam-se desde 2007, ano em que foi dada ordem de serviço para a Construtora Queiroz Galvão, que depois desistiu de continuá-la, sendo substituída pela empreiteira Empresa Industrial Técnica (EIT). Inicialmente orçada em cerca de R$ 27 milhões, passou a ter um custo de R$ 59 milhões, sendo que existe um saldo de R$ 18 milhões para a continuidade das obras da Omar O’Grady.

Francisco Maciel Pereira vem respondendo pelo expediente do DER-RN, que ainda está sem diretor geral passados 50 dias da posse do governador Robinson Faria, e disse que o governo estuda parcerias com as prefeituras de Natal e de Parnamirim para instalar a iluminação nos 4,2 quilômetros da avenida, como também confirmou que a construção do viaduto sobre o entrocamento das avenidas da Integração e Prudente de Morais foram retirados do projeto no governo anterior. Segundo Pereira, as obras do entrocamento dessas duas avenidas são de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), sendo que para o local está prevista a construção de uma rotatória.

O estudante Herisson dos Santos Ribeiro disse que, costumeiramente, atravessa a pé a avenida Omar O’Grady no ponto em que separa duas etapas do conjunto Cidade Satélite, à altura do rio Pitimbu, que faz a divisa entre os municípios de Parnamirim e Natal, mas o risco de atropelamento é constante. “A falta de sinalização não é só para os veículos – carros, ônibus, motos, bicicletas – para os pedestres também nem se fala”, disse o estudante.

Herisson Ribeiro contou que já presenciou situações que podiam levar a acidentes no trecho próximo à ponte do  rio Pitimbu, devido a alta velocidade dos veículos: “não existe bom senso dos motoristas e aqui está tudo muito precário”.

A TRIBUNA DO NORTE percorreu os dois trechos do prolongamento da Omar O’Grady entre a avenida dos Xavantes, no  Cidade Satélite e a rua da Consolação, em Emaús, e constatou que existem apenas três placas de sinalização vertical. Uma informando que o limite de velocidade é de 40 km/hora e outra que é proibido ultrapassagem a altura da ponte do rio Pitimbu. Uma terceira placa vermelha, de aviso “Pare”, está fincada na rotatória da avenida dos Xavantes, no sentido de quem vem do bairro Planalto.

“Ninguém respeita nada aqui, é uma bagunça”, chegou a dizer o  comerciante de carros usados, Armando Cunha, que costumeiramente fica à espera de clientes na rotatória da Xavantes.

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