CONSTRUÇÃO
Sara Vasconcelos
Repórter
O “boom’ imobiliário vivenciado entre os anos de 2008 e 2010 aqueceu o setor da construção civil com lançamentos, movimentou a economia, mas legou também ao mercado um passivo de obras inacabadas e outras que sequer saíram do papel. Algumas construtoras, muitas estrangeiras, foram atraídas pelo momento favorável ao crescimento do consumo, mas não conseguiram viabilizar os projetos. Atrasos em obras, paralisação, investimentos “perdidos”, processos judiciais e administrativos e um grande número de proprietários, como a professora universitária Sheila Saint-Clair Azevedo ou o analista de sistema, Alfredo Climaco, que buscam reaver o bem ou os recursos são parte do saldo – negativo – deste período.
As entidades representativas do setor da construção civil e de Corretagem - Sinduscon e o Creci - não têm levantamento de quantos projetos, vendidos na planta, estão paralisados ou foram abandonados no meio do caminho. Embora admitam ser alta a demanda de processos nesse sentido, o Tribunal de Justiça do Estado e o Procon Estadual não dispõem do número de consumidores lesados por empreiteiras.
Repórter
O “boom’ imobiliário vivenciado entre os anos de 2008 e 2010 aqueceu o setor da construção civil com lançamentos, movimentou a economia, mas legou também ao mercado um passivo de obras inacabadas e outras que sequer saíram do papel. Algumas construtoras, muitas estrangeiras, foram atraídas pelo momento favorável ao crescimento do consumo, mas não conseguiram viabilizar os projetos. Atrasos em obras, paralisação, investimentos “perdidos”, processos judiciais e administrativos e um grande número de proprietários, como a professora universitária Sheila Saint-Clair Azevedo ou o analista de sistema, Alfredo Climaco, que buscam reaver o bem ou os recursos são parte do saldo – negativo – deste período.
As entidades representativas do setor da construção civil e de Corretagem - Sinduscon e o Creci - não têm levantamento de quantos projetos, vendidos na planta, estão paralisados ou foram abandonados no meio do caminho. Embora admitam ser alta a demanda de processos nesse sentido, o Tribunal de Justiça do Estado e o Procon Estadual não dispõem do número de consumidores lesados por empreiteiras.
Alex Régis
Obra parada na Alexandrino de Alencar é um dos casos em Natal
Por todas as regiões da cidade a cena se repete. São dezenas de torres
com dez, doze pavimentos que abrigariam famílias ou atividades
comerciais, hoje corroídas pela ferrugem e ação do tempo. Terrenos
vazios com anúncios de empreendimentos luxuosos ou com promessas de
concessão de benefícios federais também são encontrados por Ponta Negra,
Capim Macio, Lagoa Nova, Ribeira, Tirol, Cidade da Esperança, Satélite.
Além de construtoras locais e de outros estados vizinhos, pelo menos
três grupos – espanhol e italianos – estão no rol de empresas com obras
abandonadas.
Na avenida Alexandrino de Alencar, próximo ao cruzamento com a avenida Hermes da Fonseca, no Tirol, a obra parada há mais de dois anos, ainda possui os guarda-corpos. Nas imediações, já próximo a um shopping, outra construção tomada por mato crescido serve de abrigo para animais ou práticas de delitos, segundo moradores da região.
Dificuldades
Para o presidente do Creci/RN, Waldemir Bezerra, é reflexo da falta de planejamento estratégico das empresas - que lançaram mais do que o mercado podia absorver e sem conhecer o perfil do consumidor – como também insuficiência de capital de reserva. “Natal explodiu como o paraíso para construir e vender. Muitas empresas abriram o leque de atuação, vieram para cá e não conseguiram atender a demanda por falta de pesquisa de mercado e recurso para tocar as obras”, disse.
Em geral, são projetos de alto padrão com proposta “club” destinado ao público A, como também obras contratadas no programa federal Minha Casa, Minha Vida para as faixas 2 e 3 de renda.
A burocracia exagerada e morosidade na obtenção de licenças e alvarás públicos para a construção, que acabam refletindo no custo das obras, são algumas possíveis causas apontadas pela vice-diretora do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) e diretora da SDantas Empreendimentos, Larissa Dantas, para inviabilização de projetos.
“Empresas estrangeiras habituadas a outros prazos e realidade jurídica mais eficiente, acabam não suportando o custo em manter a mão de obra, as taxas, multas por atraso nessa espera”, analisa a vice-presidente do Sinduscon. Do lançamento ao início de obras pode se levar, em média, 4 anos somente com a parte burocrática.
“Construtoras locais de médio e pequeno portes tendem a estar mais habituadas as regras do plano diretor, além dos trâmites e hábitos do consumidor”, diz Larissa Dantas.
O superintendente da Caixa Econômica no RN, Roberto Linhares, informou que apenas o Ministério das Cidades se pronuncia sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida. O Ministério não respondeu a demanda encaminhada até o fechamento desta edição.
Na avenida Alexandrino de Alencar, próximo ao cruzamento com a avenida Hermes da Fonseca, no Tirol, a obra parada há mais de dois anos, ainda possui os guarda-corpos. Nas imediações, já próximo a um shopping, outra construção tomada por mato crescido serve de abrigo para animais ou práticas de delitos, segundo moradores da região.
Dificuldades
Para o presidente do Creci/RN, Waldemir Bezerra, é reflexo da falta de planejamento estratégico das empresas - que lançaram mais do que o mercado podia absorver e sem conhecer o perfil do consumidor – como também insuficiência de capital de reserva. “Natal explodiu como o paraíso para construir e vender. Muitas empresas abriram o leque de atuação, vieram para cá e não conseguiram atender a demanda por falta de pesquisa de mercado e recurso para tocar as obras”, disse.
Em geral, são projetos de alto padrão com proposta “club” destinado ao público A, como também obras contratadas no programa federal Minha Casa, Minha Vida para as faixas 2 e 3 de renda.
A burocracia exagerada e morosidade na obtenção de licenças e alvarás públicos para a construção, que acabam refletindo no custo das obras, são algumas possíveis causas apontadas pela vice-diretora do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) e diretora da SDantas Empreendimentos, Larissa Dantas, para inviabilização de projetos.
“Empresas estrangeiras habituadas a outros prazos e realidade jurídica mais eficiente, acabam não suportando o custo em manter a mão de obra, as taxas, multas por atraso nessa espera”, analisa a vice-presidente do Sinduscon. Do lançamento ao início de obras pode se levar, em média, 4 anos somente com a parte burocrática.
“Construtoras locais de médio e pequeno portes tendem a estar mais habituadas as regras do plano diretor, além dos trâmites e hábitos do consumidor”, diz Larissa Dantas.
O superintendente da Caixa Econômica no RN, Roberto Linhares, informou que apenas o Ministério das Cidades se pronuncia sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida. O Ministério não respondeu a demanda encaminhada até o fechamento desta edição.
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