sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Ex-governador tenta habeas-corpus para sair da prisão

HABEAS-CORPUS


  • Em nova tentativa de retirar o ex-governador Fernando Freire da prisão, seus advogados entraram com mais um pedido de Habeas Corpus, no Tribunal de Justiça do estado. O pedido foi protocolado desde a última terça-feira (24) e caberá à desembargadora Zeneide Bezerra julgar.
     
    O Tribunal de Justiça não divulgou a previsão para que o habeas corpus entre em pauta, mas a próxima sessão ocorrerá na terça-feira que se aproxima. Enquanto isso, Fernando Freire permanece detido em um alojamento no quartel da Polícia Militar, no bairro Tirol, em Natal e já é o político potiguar que está há mais tempo preso por corrupção.
     
    No processo de número 2015.018618-6, a defesa do ex-governador alega que a prisão dele é ilegal, “consubstanciada na inidônea e desnecessária constrição prematura da liberdade do paciente, uma vez que o mesmo não teve e não tem qualquer intenção de frustar a aplicação da lei penal”. Somando quatro meses de detenção, o ex-governador é o político potiguar com maior tempo encarcerado. Ontem, o advogado Flaviano Gama, que assina o Habeas Corpus, se encontrava fora do estado e não foi localizado para falar sobre o assunto.
     
    Fernando Freire foi preso em 25 de julho passado na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, chegando a Natal dois dias depois. O ex-governador possuía quatro mandados de prisão em aberto expedidos pelos juízes responsáveis pelas 4ª, 7ª e 8ª Varas Criminais de Natal. Condenado em diversas ações judiciais por crimes de peculato, desvio de recursos públicos e enriquecimento ilícito, durante o período em que foi governador do estado, sofreu três condenações. As penas somadas chegam a 39 anos de prisão. Em 15 de setembro, o juiz Henrique Baltazar havia unificado às penas já aplicadas ao ex-governador em 33 anos, três meses e nove dias de reclusão, a serem cumpridas inicialmente em regime fechado.
     
    Segundo as investigações, Freire cometeu desvio de dinheiro público entre fevereiro e novembro de 2002, quando foi vice-governador e, depois, governador do Rio Grande do Norte. O prejuízo estimado aos cofres públicos foi de R$ 57.832,13 em valores da época.
     
    Em 2007 Fernando Freire já havia sido preso acusado pelo Ministério Público de estar “manobrando para impedir a realização do seu interrogatório, evadindo-se do distrito da culpa”. O interrogatório do qual ele é acusado de evitar diz respeito ao processo no qual foi denunciado por suposto desvio de R$ 346.024,02 do Governo do Estado, em maio de 2007.
     
    Em setembro, o juiz Henrique Baltazar determinou que ele fosse transferido para o sistema prisional e cumprisse pena como um detento comum. Ao saber da notícia, o político passou mal e ficou internado na Casa de Saúde São Lucas em Natal por duas semanas.  Ao sair do hospital não chegou a ser transferido porque o estado alegou não ter condições de lhe oferecer segurança dentro do sistema prisional, já que se trata de um apenado com prerrogativas, já que no período dos crimes se tratava de um chefe do Executivo. Além disso, o Comando Geral da Polícia Militar, informou ao juiz que está ultimando a construção de um presídio adequado numa área contígua ao Batalhão de Operações Especiais (Bope), na Zona Norte de Natal, onde passarão a ficar detido os apenados com prerrogativas.
     
    Em virtude dessas justificativaso juiz Baltazar revogou a decisão de transferir Fernando Freire para um presídio e determinou que o ex-governador permaneça, provisoriamente, sob a guarda da Polícia Militar. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar, Fernando Freire continua ocupando sozinho um dos alojamentos do quartel e a polícia aguarda novas decisões judiciais para encaminhá-lo a outro local.
     
    Para a defesa de Freire, a prisão pode ser convertida em medidas cautelares e é isso que está buscando na justiça. A desembargadora Zeneide Bezerra, relatora do pedido de habeas corpus,  deve proferir sua decisão e remeter o pedido à Câmara Criminal.
     
    fonte:AgoraRN

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário