terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Dupla confessa assassinato de Gizela Mousinho

RÉU CONFESSOS

 Após nove dias de investigações, a Polícia Civil apresentou nesta segunda-feira (11) Wagner Almeida do Nascimento, de 23 anos, e Jully Shayonara Alves de Oliveira, de 19, suspeitos de participação no assassinato de Gizela Mousinho Paiva da Silva, de 43 anos, em frente a uma padaria no bairro de Lagoa Nova, na zona Sul de Natal. A dupla teria tentado roubar o carro em que estava a vítima, que foi baleada após tentar tirar a filha de 18 anos de dentro do veículo. A mulher detida confessou ser a autora do disparo. Uma adolescente de 16 anos, que também participou da ação, segue foragida.

Reprodução/DegepolJully Shayonara e Wagner Almeida foram presos pela Polícia CivilJully Shayonara e Wagner Almeida foram presos pela Polícia Civil
 
 A elucidação do crime teve início na última sexta-feira (8), após uma denúncia anônima levar à polícia até a localização de Jully, na avenida das Fronteiras, zona Norte de Natal. “Recebemos a identificação da jovem através do Disque Denúncia, que foi fundamental para elucidar este caso”, contou o delegado Ben Hur Medeiros, titular da Delegacia Especializada de Homicídios de Natal (Dehom).

Em depoimento prestado à polícia, Jully confessou detalhou como ocorreu a ação. “Eu estava com mais duas pessoas. A gente foi se encontrar perto do cemitério (no bairro do Bom Pastor, na zona Oeste da cidade) e de lá a gente seguiu (para o local do crime)”, disse. De acordo com a suspeita, o trio assaltou o carro de Gizela porque ele foi o último que ficou estacionado próximo à padaria. "Ninguém escolheu (a vítima), a gente deixou para abordar o último carro". Ainda segundo a suspeita, os bandidos usaram duas armas para praticar o crime. "Eu não sei (onde estão as armas). Só sei de uma, que era um 32", afirmou Jully, referindo-se ao revólver que ela usava no momento do assalto. 
 
 Jully afirmou em seu depoimento que o tiro que matou Gizela foi “sem querer”. “Não foi porque eu quis, não. Aconteceu”. Ela disse ainda que se arrependeu de ter assassinado a turismóloga. “Se arrependimento matasse, eu estaria morta”. “Eu fiquei louca do meu juízo. Estou doida até hoje. Me arrependo. Já chorei tanto na minha vida... Pedi perdão a Deus e aceitei Jesus”, garantiu.
 
 O trio levou a filha de Gizela e o namorado da jovem, liberando-os nas proximidades da Praça Pureza Moura, na rua Francisco Sinedino. Na sequência, eles seguiram para o bairro do Bom Pastor, na Zona Oeste, onde abandonaram o veículo roubado.

Transporte de comparsa
Wagner Almeida do Nascimento trabalhava em um lava jato antes de ser detido. De acordo com ele, o objetivo da quadrilha era só roubar o carro para usar no transporte de um comparsa. Ele disse, inclusive, que queria liberar as vítimas que estavam no banco de trás do veículo logo no momento em que o carro foi tomado.

“Queria só o carro pra levar um amigo meu. Eu esperei (para dar a partida no carro) que eles saíssem. Quando eu vi que tinha gente atrás eu esperei. Eu não queria levar ninguém”, disse Wagner. A versão diverge da que foi apresentada por Jully em seu depoimento. De acordo com ela, o grupo “não quis liberar” as vítimas. “Eu quis liberar, mas as outras pessoas não quiseram”, garantiu.

De acordo com a secretária de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), Kalina Leite, os três envolvidos no assalto que terminou com o assassinato de Gizela já tinham passagem pela polícia. “Todos já tinham passagem por algum tipo de crime, sendo que a Jully já acumula uma internação para cumprir medida socioeducativa no Ceduc Padre João Maria (no bairro Potengi, zona Norte de Natal). Ela é suspeita de diversos assaltos ocorridos na mesma região onde aconteceu este crime”, lembrou ela.

Para família, prisão de suspeitos traz tranquilidade
Familiares de Gizela Mousinho acompanharam a coletiva de imprensa que detalhou como ocorreu a prisão dos suspeitos. Segundo Andréia Mousinho, professora da área de Comunicação e irmã da vítima, a prisão vai dar tranquilidade à família da vítima após o crime.

“Queria agradecer à Sesed, e na mesma dimensão, às Polícias Civil e Militar, que trabalharam de forma moito elegante com a gente, com muito respeito. A gente fica um pouco mais tranquilo também, sabendo que essas pessoas estão presas. Até porque para que elas não venham de novo a machucar uma família, da forma como fizeram com a nossa”, afirmou ela.

Relembre o caso
Gizela Mousinho Paiva da Silva foi baleada durante uma tentativa de assalto no último dia 2 de janeiro, em frente a uma padaria na rua Padre Champagnat, bairro de Lagoa Nova. Segundo a Polícia Civil, a mulher tentou retirar a filha de dentro do carro quando foi baleada.

Câmeras de segurança da padaria registraram todo o ocorrido. Após entregar o carro aos bandidos, a mulher retorna ao veículo para retirar a filha e o namorado da jovem que estavam no banco de trás. No momento em que Gizela abre a porta, a suspeita dispara um tiro que acerta a vítima.

A turismóloga foi velada e enterrada no dia seguinte, no Cemitério Parque Morada da Paz, em Emaús. Na ocasião, centenas de pessoas prestaram as últimas homenagens à vítima.

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