domingo, 3 de janeiro de 2016

Fazer um plano de previdência a partir de R$30 é opção de investimento, em 2016

Banco do Brasil: quem quiser contratar um plano da BrasilPrev pode investir a partir de

PREVIDÊNCIA
 
Guardar, todos os meses, uma quantia X na poupança é a melhor maneira de garantir uma aposentadoria mais tranquila, certo? Não, não é bem assim. Com a inflação maior do que o rendimento da caderneta, nos últimos tempos, o dinheiro que o brasileiro investe na aplicação mais tradicional do país tem perdido valor, mês a mês. Por isso, fazer num plano de previdência privada pode ser uma boa alternativa. Segundo especialistas, este é um dos melhores investimentos para uma época de crise, como a que deve se arrastar também por 2016.

Para efeito de comparação, em 12 meses até novembro passado, a poupança rendeu 7,95%, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que mede a inflação oficial do país — foi de 10,48%. Com isso, a rentabilidade real da caderneta foi negativo, ou seja, o dinheiro lá depositado no período passou a valer 2,29% menos. Os planos previdenciários, porém, renderam mais de 10%.

De olho nesse cenário e cientes de que os benefícios do INSS estão longe de serem suficientes para arcar com as despesas na terceira idade, cada vez mais brasileiros optam pelos planos de previdência como forma de investimento. Segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), de janeiro a outubro deste ano, as contribuições para essas aplicações cresceram 19,7%, sobre igual período de 2014.

A Fenaprevi não divulga números de adesões, mas na BrasilPrev, por exemplo, a base de clientes, em outubro, havia crescido 7% em relação ao mesmo mês de 2014. A empresa oferece planos de previdência a partir de R$ 60 por mês para adultos e de R$ 25 para crianças.

— A previdência ajuda as pessoas a terem disciplina. Você consegue fixar um valor e escolher uma data para a quantia ser debitada de sua conta. Se não tomamos uma iniciativa como essa, o dinheiro vai embora, sem que se perceba. Seu padrão de vida se adapta a seu novo salário e você não consegue guardar nada. É o que acontece com a maioria das pessoas — diz Guilherme Rossi, superintendente comercial da Brasilprev.

Antes de contratar um plano de previdência privada, é necessário, porém, analisar as rentabilidades de cada tipo de fundo. Além disso, o consumidor precisa estar atento às taxas cobradas pelas instituições — como a de administração, para gerir os recursos. Esta é anual e pode variar de uma empresa para a outra. Confira abaixo alguns exemplos.

Diferenças entre PGBL e VGBL
O que diferencia os planos planos Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) e Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é a forma de tributação, ou seja, como incide o Imposto de Renda (IR). Maristela Gorayb, diretora de Previdência e Vida Resgatável da Mapfre, explica essa sopa de letrinhas:

— O PGBL é mais indicado para quem faz a declaração do Imposto de Renda pelo modelo completo, que são as pessoas que têm mais despesas (médicas e de educação) para abater no IR. Tudo o que você aplica no PGBL, limitado a 12% da renda bruta tributável, pode ser deduzido da base de cálculo do imposto — diz Maristela.

Isso significa que, quem investe em PGBL pode reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar a restituição de IR. Imagine um contribuinte tenha um rendimento bruto anual de R$ 100 mil. Com o PGBL, ele pode declarar R$ 88 mil ao Leão. O IR sobre os R$ 12 mil restantes, aplicados em PGBL, pode ser pago no resgate desse dinheiro.

Quem opta pelo VGBL? Quem investe mais do que 12% (de sua renda bruta) num plano ou a pessoa que faz a declaração do IR pelo modelo simplificado (que não permite deduzir despesas, pois já dá um abatimento único na declaração).

Vale lembrar que a tributação ocorre no momento em que a pessoa faz o resgate do valor aplicado. A diferença é que, no PGBL, o Imposto de Renda incide sobre a quantia total: o montante aplicado mais o rendimento gerado sobre ele. No VGBL, o imposto recai apenas sobre o quanto investimento rendeu até o momento de ser resgatado, e não sobre a parte que a pessoa acumulou ao longo dos anos.

Entrevista: Marcos Figueiredo, superintendente de Produtos de Investimento do Santander

A partir de quantos reais por mês é possível contratar um plano de previdência?
A partir de R$ 30, já é possível contratar um plano, seja PGBL ou VGBL.
Tem havido, ultimamente, uma mudança de pensamento das classes B e C em relação a ter esse planejamento?

As classes C e B têm outras dificuldades além da previdência (que é uma projeção para o futuro), têm outras batalhas a vencer, entre elas, sair das dívidas no curto prazo. Para o grupo que consegue ter alguma sobra de recursos, o produto tradicional ainda é a poupança. Mas muitas dessas pessoas, que têm mais familiaridade com investimentos e que já sabem se programar financeiramente, vêm procurando os planos de previdência.

Isso se deve a quê?
O plano de previdência tem a facilidade do aporte mensal. Você se programa e estipula um valor para ser debitado mensalmente de sua conta. O investidor aproveita melhor os benefícios. Ele busca essa alternativa como aplicação de longo prazo.

Em geral, os rendimentos desses planos conseguem superar a inflação?
Sim. Se você imaginar, por exemplo, que uma caderneta vai render em torno de 7% ao ano e imaginar que um plano de previdência, para uma faixa de até R$ 10 mil (por ano), vai render 8,5% ou 9%, o investimento já é melhor do que a poupança.

Entenda como funciona:

Resgate

Ao resgatar o montante pago, mais os rendimentos, o titular pode optar por ter uma renda mensal — que pode ser vitalícia ou por um prazo determinado — ou pegar o dinheiro todo de uma só vez. Uma simulação feita pela BrasilPrev mostra que uma contribuição mensal de R$ 468,06, dos 30 aos 65 anos de idade, resultaria numa renda vitalícia (a partir dos 65 anos) de R$ 3.500.

Portabilidade

O cliente com um plano de previdência que pesquisar outro, com condições mais vantajosas — como rentabilidade maior e taxa de administração menor —, pode pedir a portabilidade para a instituição para onde quer transferir o investimento.

Herança

Quando contrata um plano, a pessoa já pode indicar um beneficiário que vai receber o dinheiro, em caso de morte. Também é possível fazer a atualizado dos beneficiários ao longo do tempo. Por exemplo, se nasce outro filho, é possível incluí-lo para receber o dinheiro. Se não indicar ninguém como beneficiário e vier a falecer, o dinheiro vai para os herdeiros legais, de acordo com o Código Civil.

Tributação

Os planos PGBL e VGBL apresentam duas opções de regime tributário: regressivo e progressivo. No regressivo, o Imposto de Renda (IR) pago no resgate ou no recebimento de benefício é descontado na fonte, de forma definitiva. A alíquota, neste caso, começa em 35%, mas diminui à medida que o prazo da aplicação aumenta, podendo chegar a 10%, a partir do 11º ano. No regime progressivo, a alíquota é estabelecida conforme a tabela de IR válida para as pessoas físicas, mas não é definitiva, podendo ser compensada, parcial ou integralmente, na Declaração de Ajuste Anual feita à Receita Federal. No caso de resgate, serão deduzidos na fonte 15% de IR, a título de antecipação.

Contribuições

Os valores mínimos variam de instituição para instituição. No Santander, por exemplo, há planos a partir de R$ 30. Na BrasilPrev, a partir de R$ 60. Na Mapfre, a partir de R$ 100. No Bradesco, a partir de R$ 50. Em caso de imprevistos, o titular do plano pode suspender a contribuição, temporariamente, assim como pode, ao receber um dinheiro extra, contribuir com valores maiores do que o estabelecido no contrato.


por:Extra.Globo

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