quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

RN volta à lista de inadimplentes do CAUC

INADIMPLENTE
 
O governador Robinson Faria tem um novo desafio neste início de ano: resolver pelo menos três pendências no Cadastro Único de Convênios (Cauc) do governo federal. Com essas demandas, o Estado fica impossibilitado de firmar convênios para obras importantes, como de convivência com a seca, mobilidade urbana e infraestrutura.
 
O Estado já entrou com a primeira ação junto ao Tribunal Superior Federal (STF) para anular supostas irregularidades em convênio com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Além disso, pleiteia a renovação do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) e tenta resolver questão referente aos repasses de recursos da Educação, depois que foi denunciado por não investir o mínimo previsto na Constituição federal. 
 
O procurador geral do Estado, Francisco Wilkie, explicou que foi solicitado ao STF a nulidade do registro de inadimplência. Na Ação Cível Originária 2.803, com pedido de liminar, a procuradoria estadual argumenta que, devido a supostas irregularidades em convênio com o Incra, o estado está deixando de receber cerca de R$ 27 milhões. O relator da ação é o ministro Dias Toffoli.
 
A Procuradoria explica que, em 2007, o estado firmou convênio com o Incra para diagnósticos de potencialidades hídricas de projetos de assentamento da autarquia no estado. As prestações de contas do convênio, porém, não foram aprovadas pelo superintendente regional da entidade e o estado foi notificado a devolver R$ 870 mil. Como a solicitação não foi atendida, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos teve seu CNPJ negativado. 
 
“O caso do convênio com a Semarh é de gestões passadas, mas impede a chegada de recursos nessa gestão”, explica Wilkie. O procurador argumenta que todas as irregularidades apontadas pelo Incra são objeto de uma tomada de conta especial, cuja finalidade seria proporcionar uma apuração mais detalhada e criteriosa dos fatos, que se referem a supostas irregularidades cometidas na gestão da ex-governadora Wilma Faria.  
 
O procurador conta ainda que o Estado pretende judicializar pelo menos mais duas questões para resolver pendências no Cauc. “Vamos ajuizar ação para conseguirmos a liberação do CRP (Certificado de Regularidade Previdenciária) e também deveremos ajuizar outra no Ministério da Educação, que cobra a utilização da despesa mínima na área. Estamos fazendo levantamento para tentar resolver administrativamente”, declara Francisco Wilkie.
 
Em 2014 o Ministério Público Estadual denunciou o estado, acusando o governo de incluir no orçamento da educação gastos com funcionários inativos para chegar ao mínimo legal de 25%. Naquela ocasião, a então secretária de Educação, Betânia Ramalho, explicou que o uso de recursos da educação para este fim era uma prática da gestão anterior e que estava em processo de regularização. Na análise das contas de 2011, 
 
o Tribunal de Contas do Estado já havia pedido que o governo excluísse da rubrica de educação os gastos com pensionistas.
 
Previdência
 
Além de ser obrigado a repor os recursos do Fundo do Instituto da Previdência do Estado (IPERN), o governo precisará convencer o Ministério da Previdência Social de que está em dia com suas obrigações previdenciárias. “O CRP foi negado no ano passado, mas  judicializamos e conseguimos. Agora pode haver dificuldade de se resolver porque há divergências entre Estado e Ministério da Previdência, que não são possíveis de resolver administrativamente”, explica o procurador Francisco Wilkie.
 
O estado perdeu o CRP em fevereiro de 2015 após a fusão dos fundos previdenciários. Segundo o presidente do Ipern, José Marlúcio, o Ministério da Previdência identificou erros na contabilidade do que o governo deixou de contribuir em dezembro de 2014 com a folha e o décimo terceiro salário dos servidores. Seis meses depois o Estado conseguiu renovar o certificado e agora tenta mais uma vez essa renovação.
 
“As contribuições patronais de dezembro e do 13º de 2014 ficou em torno de R$ 78 milhões que o governo não depositou, mas se propôs a pagar; só que o Ministério verificou que o valor era maior. Além disso, os saques do Fundo Previdenciário nunca foram reconhecidos pelo Ministério e, mesmo depois que regularizou o CRP, o estado ainda continuou sacando”, explica Marlúcio. Nem ele, nem o procurador revelaram uma data específica de quando vão ajuizar esta ação.
 

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