quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Robinson deve sancionar até sexta (29) lei orçamentária 2016

ORÇAMENTO 2016
 
O governador Robinson Faria tem até a próxima sexta-feira (29) para sancionar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2016, que foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) em 17 de dezembro, último dia de trabalho parlamentar no ano passado. Sem a publicação do texto, o estado fica impedido de abrir o Orçamento Geral do Estado (OGE) e, dessa forma, empenhar dívidas e contratar obras e serviços.
 
Se o governador vetar o projeto parcial ou integralmente, o projeto voltará para a apreciação do Legislativo, que tem poder para derrubá-lo. Porém, para o relator da Lei, deputado Ricardo Motta (Pros) isso não deve ocorrer, uma vez que a lei foi aprovada a partir de um consenso entre os poderes.
 
 
“O estado não pode empenhar despesa, não pode gastar, fica como que paralisado. As secretarias estão esperando a sanção da legislação para poder fazer seus quadros de detalhamento (de despesas) e começar a tocar os processos, porque nada pode ser empenhado agora, não existe dotação orçamentária”, explicou a secretária-chefe do Gabinete Civil, Tatiana Mendes Cunha, ontem (26). 
 
A lei aprovada pelo Legislativo chegou à Secretaria de Planejamento no último dia 12 para passar por análise. Tatiana afirmou que a partir da análise técnica e jurídica, o governo definirá se vai sancionar o texto integral ou se vai vetar algum artigo. Após a sanção, o projeto será publicado no Diário Oficial do Estado (DOE). 
 
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan), mas até o final da reportagem não obteve resposta acerca da tramitação e da sanção do orçamento anual.
 
Embora a lei não tenha sido sancionada e o orçamento não esteja aberto, Tatiana Mendes Cunha garantiu que o pagamento dos salários dos servidores ocorrerá normalmente. Não haveria dependência para isso. 
 
O orçamento total previsto para 2016 é de quase R$ 12 bilhões, incluídas as transferências obrigatórias aos municípios, que devem chegar ao valor de R$ 1,415 bilhão. O governo estimou que apenas o Imposto Sobre de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deverá recolher R$ 5,1 bilhões, o que vai representar 41,75% da receita total prevista. O orçamento deste ano é quase 12% menor que o de 2015. 
 
Apesar de aprovarem o projeto por unanimidade, os deputados reduziram de 15% (como na proposta do governo) para 10% a margem de remanejamento que o Executivo terá para poder usar sem ter que pedir autorização do parlamento estadual. 
 
Cada deputado apresentou emenda individual de R$ 1,8 milhão (total de R$ 43,2 milhões), além das emendas coletivas que somaram R$ 62,971 milhões, que serão destinados ao enfrentamento à seca e áreas de saúde e segurança pública. 
 
O relator do PL 184/2015 – da Lei Orçamentária - deputado Ricardo Motta, reforçou que o projeto foi construído em consenso entre Legislativo e Executivo. “Isso de vetar integralmente a lei orçamentária nunca existiu”, disse. 
 
Sete projetos enviados em 2015 ainda estão estão pendentes na AL
 
O governador Robinson Faria vai sancionar no final da manhã desta quarta (27) o Plano Estadual de Educação – outra lei aprovada pelos deputados estaduais no Rio Grande do Norte no ano passado e cujo prazo de sanção se encerra hoje. A lei deverá ser publicada amanhã (28) no DOE. A confirmação foi do secretário de Educação, Francisco das Chagas Fernandes.
 
O governo ainda aguarda para este semestre legislativo a aprovação de outros sete projetos de interesse do Executivo que tramitam na casa desde o ano passado. Um desses é o PL 07/2015. Se aprovada incluirá entre as competências do governador nomear o presidente do Conselho Estadual da Previdência Social. 
 
Apesar de ter chegado ao Legislativo em fevereiro e ter sido lido em plenário no dia 19 daquele mês, até hoje o projeto não foi à votação e encontra-se na Secretaria Legislativa. A reportagem tentou entrar em contato com o deputado Fernando Mineiro (PT), líder do governo na AL, para saber o motivo da demora, mas não conseguiu encontrá-lo.
 
Outros projetos parados desde os meses de junho e julho são os que regulamentam a dessalinização da água do mar e das águas sob domínio do estado (27/2015) e o que dispõe sobre uma autorização para que policiais militares da reserva remunerada, com até 65 anos de idade, possam voltar ao serviço ativo (26/2015). 
 
Mensagens enviadas ao presidente da ALRN, Ezequiel Ferreira (PMDB), ainda em novembro, também prevêem lei que vai instituir o Regime de Previdência Complementar para os servidores efetivos e a defesa judicial (por parte do Estado) a autoridades públicas em razão de atos praticados no exercício de suas funções.  
 
Definição de aposentadoria por invalidez para o servidor
 
O governo vai enviar nos próximos dias sua primeira mensagem ao Legislativo em 2016. Trata-se de um projeto de lei que vai definir o rol de doenças que darão direitos aos servidores a se aposentaram por invalidez, com garantia de seus salários. Após recesso parlamentar que começou dia 18 de dezembro, os deputados voltam às atividades na Assembleia a partir da próxima terça-feira (2). 
 
A mensagem já assinada por Robinson aponta as doenças consideradas graves, contagiosas e incuráveis para concessão de aposentadoria por invalidez. “Hoje a gente está sem esse rol. O estado está utilizando apenas legislação federal”, apontou Tatiana Mendes Cunha.  
 
 
O rol proposto pelo Executivo contém: tuberculose ativa; alienação mental; esclerose múltipla; neoplasia maligna; cegueira posterior ao ingresso no serviço público; hanseníase; cardiopatia grave; doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante; espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave; hepatopatia grave; estados avançados de mal de Paget (osteíte deformante); Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e contaminação por radiação. 
 
Conforme o projeto, qualquer uma dessas condições precisará ser confirmada por médicos especialistas. 
 

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