O Hospital Mosenhor Walfredo Gurgel, maior unidade da rede estadual
de saúde, completa 43 anos nesta quinta-feira (31). E para comemorar,
uma missa campal, na área em frente ao Pronto Socorro Clóvis Sarinho
(PSCS), a partir das 9h, será celebrada pelo capelão Francisco Rodrigues
de Lima. Em seguida, o Coral Saúde em Canto fará uma apresentação.
Desde que recebeu o nome de Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG),
em 31 de março de 1973, que a saúde pública do Rio Grande do Norte (RN)
escrevia um novo capítulo em sua história.
A
atual estrutura física com 284 leitos, equipamentos modernos como raio-x
digital, tomógrafo, monitores cardíacos multiparâmetros, 45 leitos de
Unidade de Tratamento Intensivo (UTIs), abertura de novos serviços como o
Núcleo de Qualidade e Assistência Hospitalar (NAQH), de Segurança do
Paciente (NSP), Classificação de Risco, e da alta demanda de
atendimentos com a confecção de mais de 300 boletins/dia, pouco lembra o
Walfredo Gurgel registrado na lembrança dos funcionários veteranos que
ainda atuam no hospital, alguns com até 37 anos de serviços.
Um
destes veteranos é o chefe da Divisão de Serviços Gerais (DSG),
Raimundo Nonato da Cruz. Ele relembra que, em 1979, o quadro de pessoal
do hospital “não chegava a 300 funcionários”. Dos serviços extintos, ele
diz que a Universidade Federal do RN disponibilizava uma disciplina de
ortopedia para estudantes de medicina. Do parque tecnológico, Nonato
fala que só existia um equipamento de raio-x. “Ainda não tínhamos
tomógrafo. Não havia muitos recursos digitais e os exames clínicos eram
mais minuciosos. Já trabalhando aqui, fui diagnosticado com uma
apendicite, através apenas do resultado de um exame de sangue e fui
operado em menos de 24h”, recorda.
Outra servidora
que guarda boas memórias do início do Walfredo Gurgel é a atual
diretora geral, Maria de Fátima Pereira Pinheiro. Chegando ao hospital
em 1986, ela lembra que a unidades contava com 42 cirurgiões gerais.
“Fui a primeira cirurgiã geral do Walfredo. Cheguei insegura, fui
colocada de cara para atender ao trauma e tinha dias que atendia sozinha
no Serviço de Atendimento as Urgências (SAU – hoje chamado Politrauma).
Mas isso não impediu que Fátima, logo de cara, impusesse rapidamente
seu estilo inquieto e acelerado. Prova disso é que “pouco tempo depois,
fui nomeada chefe do plantão”.
Naquela época,
Fátima revela que o Centro Cirúrgico funcionava onde hoje está o Centro
de Tratamento de Queimados (CTQ). Já o Centro era localizado no 5º
andar. “Eram quatro salas cirúrgicas (o Walfredo hoje conta com seis),
três cirurgiões por plantão e a demanda era infinitamente menor. Não
havia pacientes nos corredores, nem entubados no Politrauma”.
A
aposentada, Clévia Madureira de Sena, também fala com saudade de um
Walfredo Gurgel que não existe mais. Enquanto esteve na ativa, Clévia
foi secretaria da direção durante 26 anos. “No prédio onde hoje é o
serviço administrativo, funcionava o ambulatório. Tinha ortopedia,
laboratório e até atendimento ginecológico. Todo o espaço ocupado hoje
pelo Clóvis Sarinho era destinado a estacionamento de veículos. Havia
uns bancos nessa área também onde a gente sentava nos momentos de folga
para conversar”.
Nestas mais de quatro décadas, o
Walfredo Gurgel passou por várias dificuldades. Muitas ainda se repetem
como os pontuais desabastecimentos, a superlotação e a
ambulancioterapia. Contudo, mesmo diante de tantas dificuldades, o
hospital cresceu tanto assistencialmente, quanto em sua estrutura física
e na qualificação de seus profissionais. São 43 anos de avanços,
percalços, histórias de derrotas e superação, de fé e esperança, de
gente que veste a camisa e que acredita em uma saúde pública de
qualidade. São histórias inteiras de vida passadas entre suas
dependências. Histórias de namoros, casamentos, falecimentos, de
encontros e despedidas, de fazer o melhor com o que se tem, de entrega,
dedicação, de amor ao próximo.
por:NovoJornal
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