TALIBÃ
Quatro dias após a morte do mulá
Mansur, os talibãs anunciaram nesta quarta-feira (25) o nome do novo
chefe supremo do grupo. O mulá Haibatullah ficará no lugar do líder,
abatido durante uma ofensiva norte-americana no território paquistanês.
Designado
por unanimidade por um conselho central dos talibãs no domingo (22),
Haibatullah Akhundzada era até então o adjunto do mulá Mansur. O novo
líder do grupo, que tem cerca de 50 anos, já chefiava os tribunais da
formação desde que os talibãs perderam o controle de Cabul, em 2001.
Como seus antecessores, ele é originário da região de Kandahar, no sul
do Afeganistão.
Mesmo tendo
uma certa influência no grupo, pois ditou várias regras que justificaram
operações terroristas dos rebeldes, a eleição de Haibatullah tinha
representa uma surpresa, já que ele não estava entre os favoritos para o
cargo. Segundo especialistas, o novo mulá tem o perfil de um erudito
religioso.
Ele terá dois auxiliares, o mulá Yacub, filho do mulá Omar, fundador dos talibãs, e Sirajuddin Haqqani, chefe da rede insurgente de mesmo nome, um grande aliado dos talibãs.
O
Paquistão, que acolhe os chefes dos talibãs, não reagiu à escolha de
Haibatullah. Mansur, seu antecessor, tinha um passaporte paquistanês,
graças ao qual ele pôde viajar durante anos.
Negociações de paz bloqueadas
Desde janeiro, Afeganistão, China, EUA e Paquistão organizam reuniões
destinadas a incentivar, em vão, o grupo talibã a se sentar à mesa de
negociações. Na última quarta-feira (18), o Paquistão sediou uma nova
rodada de conversas internacionais, que terminou sem avanço.
Jean-Luc
Racine, especialista do Centro Francês de Pesquisas Científicas (CNRS
na sigla em francês), afirma que o novo mulá poderá ter dificuldades
para coordenar todo o movimento talibã, marcado por divisões internas.
No entanto, ele teme que a mudança na direção do grupo possa ter
consequências graves, e se pergunta por que razão os Estados Unidos
decidiram eliminar Mansur. “Ninguém acredita que os talibãs perderiam
força após a morte do chefe. O risco de radicalização agora tende a
crescer e não diminuir”, analisa.
por:MSN
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