Mais três pessoas, já identificadas, serão
convocadas a deporem no caso da jovem violentada em uma comunidade de
Jacarepaguá no Rio. O delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia
de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), ouviu nesta sexta-feira
(27) a adolescente, o jogador de futebol Lucas Perdomo Duarte Santos,
ex-namorado dela, o lutador Raí Souza, que teria gravado o vídeo da
jovem desacordada, posteriormente divulgado na internet, e uma outra
adolescente, que estaria presente no local no dia do acontecimento.
Thiers não quis adiantar o teor dos depoimentos, mas disse
que a casa onde houve o fato já foi identificada e periciada, conhecida
como “abatedouro”, no alto da comunidade. “A verdade vai ser
apresentada. Eu não posso ser leviano de cada hora que eu escutar uma
versão apresentar para vocês. Se fosse assim, eu teria comprado a versão
das meninas, teria comprado a versão dos advogados, teria comprado
todas as versões. Tudo está sendo apurado. Eu estou convicto do que está
acontecendo. No momento certo, as pessoas ficarão sabendo”, disse.
Segundo
Thiers, boa parte da versão inicial da vítima foi sustentada no
depoimento desta sexta-feira. “O depoimento que ela deu na Central de
Garantias, em grande parte foi confirmado aqui. A partir de um
determinado momento, a advogada dela [Eloisa Samy] pediu para que ela
não falasse mais nada. Se houver necessidade, ela será reintimada”,
disse Thiers.
Sexo consentido
Mais cedo, o advogado Eduardo Antunes, quedefende Lucas Perdomo, negou que seu cliente tenha participado do estupro da adolescente. Segundo ele, o jogador, o rapaz que teria divulgado o vídeo, uma moça e a adolescente entraram em uma casa abandonada para praticar sexo e que seu cliente saiu e deixou o local.
"Eles se encontraram em um baile funk e foram para esse imóvel. Eles tiveram a relação, cada qual com sua parceira. A questão dos 30 é um rap que exalta um dos personagens lá do local dizendo que o fulano é o cara, engravidou mais de 30. Não que 30 tivessem ficado com a menina", disse o advogado.
O advogado Cláudio Lúcio da Silva, que representa
Raí Souza, admitiu que seu cliente filmou o vídeo na internet, mas negou
que ele tenha participado de estupro. Repetiu a versão do outro
advogado que os jovens saíram de um baile e foram para a casa onde foi
gravado o vídeo, mas que não houve estupro.
À tarde, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, reuniram-se no Rio para tratar do caso e garantiram que as investigações seguirão até o fim e que os culpados seriam punidos. O governo federal anunciou a criação de um departamento especial na Polícia Federal para investigar crimes contra a mulher.
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