quinta-feira, 30 de junho de 2016

Justiça aceita o pedido de recuperação da Oi. Aval foi anunciado na noite desta quarta pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro; Anatel terá cinco dias para apresentar lista com sugestões de administradores judiciais

OI

Loja da Oi na Avenida Paulista, em São Paulo
Loja da Oi na Avenida Paulista, em São Paulo(Ricardo Matsukawa/VEJA.com)

A 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial da Oi, apresentado no último dia 20. O aval foi assinado pelo juiz Fernando Viana, responsável pelo caso. Na última quinta-feira, o Ministério Público fluminense já havia dado parecer favorável à solicitação feita pela companhia.

"Entre os motivos que levaram à decisão, o magistrado considerou o fato de a empresa ser uma das maiores no setor de telecomunicação no mundo e o impacto que ela representa na economia do país", diz o comunicado emitido na noite desta quarta-feira pelo Tribunal de Justiça do Rio. O deferimento foi dado ao pedido feito pelo Grupo Oi, formado pelas empresas Oi, Telemar Norte Leste, Oi Móvel, Copart 4 e 5 Participações, Portugal Telecom e Oi Brasil.

"Há de se reconhecer", continua a nota, que cita a decisão do juiz Fernando Viana, "que o presente pedido de proteção judicial é formulado por uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo, que impacta fortemente a economia brasileira, já que alcança um universo colossal de 70 milhões de clientes, empregando mais de 140.000 brasileiros, com milhares de fornecedores, e ainda gera recolhimento de volume bilionário de impostos aos cofres públicos."

Viana determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apresente em cinco dias uma lista de até cinco empresas especializadas em administração judicial. Dessa lista sairá o administrador que encabeçará o período de recuperação da companhia.

A empresa de telefonia foi uma das beneficiárias da chamada política de "campeões nacionais", segundo a qual, com crédito farto do BNDES, companhias selecionadas se tornariam gigantes em seus setores com capacidade para competir globalmente. A Oi foi ungida de maneira ainda mais benevolente: em 2008, o governo autorizou mudanças nas regras do setor de telecomunicações para que ela pudesse comprar a Brasil Telecom e se transformar em uma "supertele".

Em 2015, a companhia registrou prejuízo de 5,3 bilhões de reais e, no ano anterior, de 4,4 bilhões de reais. No primeiro trimestre deste ano, a perda da empresa foi de 1,64 bilhão de reais, montante 268% maior que o do mesmo período de 2015. Com uma dívida de 65,4 bilhões de reais, a Oi foi responsável pelo maior pedido de recuperação judicial da história do país.

por:Veja

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