quinta-feira, 30 de junho de 2016

Trump ataca acordos comerciais e questiona Câmara de Comércio dos EUA. O virtual candidato republicano à Casa Branca criticou o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio na terça e a entidade empresarial nesta quarta-feira

POLÍTICA NOS EUA

O candidato republicano, Donald Trump, discursa durante campanha no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos
O provável candidato republicano, Donald Trump, discursa durante campanha no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos(Jeff Swensen/Getty Images)

O provável candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, retrucou à Câmara de Comércio dos Estados Unidos nesta quarta-feira, dizendo que a maior associação comercial do país precisa defender mais a classe trabalhadora americana. O comentário foi uma resposta a uma crítica devastadora da Câmara de Comércio à plataforma econômica do magnata.

O grupo que representa as maiores empresas e interesses comerciais dos EUA costuma ser um apoiador fiel das políticas republicanas. Mas a entidade rejeitou a oposição ferrenha de Trump a acordos comerciais internacionais, classificando suas propostas de ideias "perigosas" que levariam os EUA a outra recessão.
Trump reagiu nesta quarta-feira por meio de tuítes. "A Câmara de Comércio deve lutar mais pelos trabalhadores americanos. China e muitos outros estão se aproveitando dos EUA com nossos terríveis acordos comerciais". O bilionário também questionou a entidade. "Por que a Câmara de Comércio dos Estados Unidos ficaria aborrecida com o fato de que eu quero negociar acordos comerciais melhores e mais fortes ou que eu quero penalidades para os fraudadores?", indagou no Twitter.

Em discursos feitos na terça-feira, Trump pediu uma renegociação ou o descarte do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês) com o Canadá e com o México, que ele chamou de ladrão de empregos, e reiterou sua oposição à Parceria Transpacífico com 12 nações do Círculo do Pacífico. Ele também destacou as políticas comercial e monetária da China em suas críticas.

A Câmara tem apoiado regularmente os acordos comerciais internacionais.

A discórdia pública entre o magnata e a entidade empresarial foi incomum, e mais um lembrete de que Trump ainda tem dificuldade para unir seu partido. Os republicanos e muitos líderes empresariais tendem a compartilhar seus objetivos políticos e trabalhar em uníssono, e tradicionalmente muitos desses líderes são grandes doadores de candidatos republicanos. Mas o combate aos acordos comerciais tem agradado eleitores de Trump que temem a perda de vagas na indústria manufatureira.

"Eis a questão central a ser entendida: a Casa Branca tem sido total e completamente condescendente com as práticas comerciais ilegais da China", disse Peter Navarro, conselheiro de política comercial de Trump e professor da Universidade da Califórnia em Irvine.

(Com Reuters)

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