Um comandante iraquiano declarou neste domingo que a cidade de Fallujah está "totalmente liberada" de militantes do grupo Estado Islâmico depois de uma operação militar que durou mais de um mês. Tropas iraquianas entraram no bairro de al-Julan, no noroeste da cidade, a última área de Fallujah que seguia ob controle do EI, segundo o chefe das forças de contraterrorismo na operação, o tenente-general Abdul-Wahab Al-Saadi.
O militar conta que a operação, que começou no fim de maio, "se encerrou, e a cidade está totalmente liberada". O exército iraquiano foi apoiado por ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos e tropas paramilitares, principalmente as milícias xiitas. "A partir do centro do bairro de al-Julan, felicitamos o povo iraquiano e o comandante-em-chefe (...) e declaramos que a batalha em Fallujah terminou" disse Al-Saadi para a TV estatal iraquiana. Ele acrescentou que as tropas vão começar a trabalhar na remoção de bombas de ruas e edifícios da cidade.
O anúncio foi feito pouco mais de uma semana depois que o premiê iraquiano, Haider al-Abadi, declarou vitória em Fallujah, depois que as forças iraquianas avançaram para o centro da cidade e assumiram o controle de um complexo do governo. Enquanto al-Abadi dizia que os grupos de combatentes do Estado Islâmico seriam batidos em questão de horas, violentos confrontos nas margens norte e oeste da cidade persistiram por dias.
A operação tem provocado um êxodo de milhares de famílias, sobrecarregando campos com os refugiados que procuram apoio do governo e de órgãos internacionais. De acordo com a Agência da ONU para os Refugiados, mais de 85.000 pessoas fugiram de Fallujah e arredores desde o início da ofensiva. Como outras agências de ajuda, o ACNUR alertou sobre as condições terríveis nos campos, onde as temperaturas são bem superiores 40 graus e o abrigo é limitado, pedindo mais recursos para atender às necessidades crescentes dos deslocados.
Fallujah estava sob o controle de militantes Estado Islâmico desde janeiro de 2014. A cidade está localizado na província de Anbar, cerca de 65 quilômetros a oeste de Bagdá, e foi a primeira cidade a ser dominada pelo EI, em janeiro de 2014. No total, mais de 3,3 milhões de iraquianos fugiram de suas casas desde que o EI tomou conta do norte e do oeste do Iraque, segundo dados da Organização das Nações Unidas. Mais de 40% dos deslocados são da província de Anbar.
(Com Estadão Conteúdo)
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