quinta-feira, 1 de junho de 2017

Operação da PF investiga doação para Haddad em 2012. Ação tem como base a delação premiada da construtora UTC, que relatou pagamento não declarado de R$ 2,6 milhões para a campanha do ex-prefeito

LAVA JATO
Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), acompanhado da esposa Ana Estela, chegando ao Hospital Sírio Libanês, na capital paulista, para visitar a esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dona Marisa Letícia, que permanece internada no local - 29/01/2017 (Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Folhapress)

A Polícia Federal realiza nesta quinta-feira um novo desdobramento da Operação Lava Jato em São Paulo. Batizada de Cifra Oculta, a operação investiga um suposto pagamento de 2,6 milhões de reais, em caixa 2, da empreiteira UTC à campanha do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) em 2012.

Agentes cumprem nove mandados de busca e apreensão, nas cidades de São Paulo, São Caetano e Praia Grande, investigando crimes de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A acusação é baseada na delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, sócio da UTC, e, segundo a PF, foi usado para pagar dívidas da campanha do ex-prefeito com uma gráfica que prestou serviços e que pertence a familiares do ex-deputado estadual Francisco Carlos de Souza (PT)

Em nota, a Polícia Federal informa que o repasse teria sido feito por meio de um doleiro e em dinheiro vivo, em valores muito diferentes daqueles que foram declarados à Justiça Eleitoral como pagamento de serviços gráficos. A prestação de contas de Haddad informou ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), pagamentos de 354 e 252 mil a duas gráficas, sendo que uma é citada na delação de Pessoa.

O ex-prefeito Fernando Haddad, por meio de assessoria, informa que a gráfica de Souza “prestou apenas pequenos serviços devidamente pagos pela campanha e registrados no TRE”. Haddad nega ter recebido dinheiro da construtora UTC e alega que esta teve “seus interesses contrariados” pela sua gestão, por conta do cancelamento das obras do túnel da avenida Roberto Marinho. Portanto, o ex-prefeito acredita que seria “contraditório uma empresa que teve seus interesses prejudicados pela administração, saldar uma dívida de campanha deste administrador”.

(Veja.Abril.com.br)

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