quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Temer rebate Funaro sobre acusação de ter recebido propina de R$ 2,5 mi. "O presidente contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos", diz texto enviado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

NOTA
 Temer rebate Funaro sobre acusação de ter recebido propina de R$ 2,5 mi


A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota, nesta terça-feira (31), após o operador financeiro Lúcio Funaro afirmar, durante depoimento na 10ª Vara Federal de Brasília, que o presidente Michel Temer havia recebido propina no valor de R$ 2 milhões do Grupo Bertin, por meio de doação oficial para a campanha presidencial de 2010, em que concorreu como vice de Dilma Rousseff.

"O presidente Michel Temer contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos, ainda mais partindo de um delator que já mentiu outras vezes à Justiça", diz parte do trecho.

A secretaria também comentou as doações do PMDB recebidas naquele ano e afirmou que as contribuições não têm relação com a financiamentos do FI FGTS.

"Em 2010, o PMDB recebeu 1,5 milhão de reais em três parcelas de 500 mil reais como doação oficial à campanha, declarados na prestação de contas do Diretório Nacional do partido entregue ao TSE. Os valores não têm relação com financiamento do FI FGTS", diz a nota.

De acordo com a Agência Brasil, as informação, que já haviam sido adiantadas por Funaro na delação premiada que firmou com o Ministério Público Federal (MPF), foram reafirmadas hoje ao juiz Vallisney de Souza Oliveira.

Na semana passada, tiveram início os interrogatórios dos réus na ação penal decorrente da Operação Sépsis.

No segundo dia de interrogatório, Funaro deu detalhes sobre a negociação de um aporte do FI-FGTS no grupo Bertin, em troca do pagamento de propina para campanhas de políticos do PMDB.

O operador financeiro relatou ter participado de almoços em um hotel em Brasília com Natalino Bertin, controlador do grupo, o ex-deputado Eduardo Cunha e o ministro Moreira Franco, da Secretaria Especial da Presidência, que era deputado à época. Teria comparecido também o deputado Cândido Vaccarezza, à época no PT e ativo na campanha presidencial.

Nesses encontros, foram combinados os valores que seriam destinados às campanhas do PMDB, em troca de benefícios ilegais às empresas do grupo Bertin na Caixa, segundo Funaro. O responsável por facilitar a liberação de recursos, ainda segundo Funaro, teria sido Moreira Franco, à época vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias do banco público.

"Se não me engano Eduardo Cunha ficou com R$ 1 milhão", disse. "Dois milhões, dois milhões e meio foram destinados ao presidente Michel Temer, e um valor – acho que um milhão, um milhão e meio, ao deputado Cândido Vaccarezza", disse Funaro. "O do Temer acho que foi doação oficial pro PMDB nacional", afirmou.

Para embasar suas declarações, Funaro disse que a contabilidade do pagamento de propina estaria documentada em uma agenda de Natalino Bertin apreendida pela Polícia Federal (PF), bem como em um caderno dele, também apreendido.

(por Notícias Ao Minuto) 

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