Jair Bolsonaro - Fábio Rodrigues / Agência Brasil
Brasília - Um Jair Bolsonaro decidido a satisfazer o
eleitorado conservador assume nesta terça-feira a presidência
brasileira, em meio a rígidas medidas de segurança. Depois de prometer
liberar a posse de armas por decreto no sábado, o militar da reserva de
63 anos, declarou nesta segunda-feira, em outro tuíte, guerra contra o
"lixo marxista" que, segundo ele, explica a baixa qualidade da educação
no Brasil.
"Uma das metas para tirarmos o Brasil das piores
posições nos rankings de educação do mundo é combater o lixo marxista
que se instalou nas instituições de ensino", escreveu. Na última
entrevista à TV antes do final do ano, à rede Record, Bolsonaro se
comprometeu a reduzir a presença do Estado para dinamizar a economia
brasileira.
"Vamos desburocratizar o máximo possível. Fazer uma
limpa (...) Vamos tirar todo o peso do Estado de cima de quem produz.
Isso vale para todas as áreas".
Bolsonaro, que sobreviveu em setembro a um atentado com
faca realizado por um ex-militante de esquerda, expressou em 10 de
dezembro, ante o STF, sua vontade de superar a polarizada campanha
eleitoral para se transformar no "presidente dos 210 milhões de
brasileiros (...) sem distinção de origem, raça, sexo, cor ou religião".
Nesta terça, ele será proclamado o 38º presidente do
Brasil, em meio a um impressionante dispositivo de segurança. "A festa
está pronta. Será segura, será a coroação de um processo democrático que
teve inicio em 7 de outubro", afirmou, no domingo, Sérgio Etchegoyen,
chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da presidência após o
ensaio geral da cerimônia de posse.
Figurantes simularam o trajeto que Bolsonaro e sua
esposa Michelle farão pela Esplanada dos Ministérios. É uma incógnita
ainda se desfilarão no Rolls Royce utilizado para as posses
presidenciais.
O percurso vai da Catedral ao Congresso - onde tomará
posse formalmente - e ao Palácio do Planalto, para a transferência da
faixa presidencial com o atual presidente, Michel Temer. À noite, haverá
uma recepção no Palácio do Itamaraty.
A cerimônia, para a qual são esperadas de 250.000 a
500.000 pessoas, estará vigiada por um sistema antimísseis, aviões de
combate e um rigoroso controle em terra.
A operação também cuidará da segurança dos chefes de
Estado e autoridades estrangeiras que comparecerão à festa, como o
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o secretário de
Estado americano, Mike Pompeo.
O público terá de passar por pelo menos quatro postos
de controle e detectores de metais instalados em lugares aleatórios.
Também foram impostas restrições de circulação aos jornalistas que
cobrirão o evento.
Apesar de haver previsão de chuva, os guarda-chuvas não
serão permitidos, tampouco carrinhos de bebê, mochilas, bolsas ou
máscaras.
Garrafas de água, animais, objetos cortantes, produtos inflamáveis, fogos de artifício e laser também estão proibidos.
(Por
AFP)
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