DEFENDEU LISTA TRÍPLICE
Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal, tomou posse ontem no TSE - AFP PHOTO / EVARISTO SA
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso se posicionou hoje (29) a
favor da lista tríplice obrigatória para escolha do procurador-geral da
República. Atualmente, a lista é elaborada pela Associação Nacional dos
Procuradores da República (ANPR) após eleição interna no Ministério
Público (MP) e encaminhada ao presidente da República, responsável pela
nomeação. No entanto, o presidente não é obrigado a seguir as sugestões
dos procuradores.
"Quanto à questão da lista tríplice,
pessoalmente, acho que ela é importante, conveniente, e tem mais a ver
com a independência do que propriamente com a democracia”, disse.
Barroso
participou de uma videoconferência da ANPR para debater a evolução e os
desafios dos Poderes sob a Constituição de 1988. Para ele, a
possibilidade de nomeação do procurador-geral da República para outro
cargo ou a recondução para a mesma função não são compatíveis com a
independência do Ministério Publico. No entendimento do ministro, há uma
falha no desenho institucional do MP permitindo possibilidade de
recondução do PGR para um novo mandato de dois anos ou a indicação para
outro cargo pelo mesmo presidente da República que o nomeou.
“Ambas
as possibilidades são a meu ver incompatíveis com a independência,
porque a recondução evidentemente pode gerar a tentação de agradar. Eu
acho isso há muito tempo. Acho que quem tem que ser independente não
pode ser reconduzido. Portanto, teria que ser um mandato único. Acho que
dois anos é pouco. Mas, talvez a descoincidência com o mandato
presidencial seja melhor. E não pode ser indicado por quem o nomeou
procurador-geral da República para outro cargo, qualquer que seja,
inclusive ministro Supremo, porque pode isso também pode ter reflexo
sobre a independência”, afirmou o ministro sem citar um caso específico.
(Por
Agência Brasil)
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