Senador Flávio Bolsonaro - Marcos Oliveira / Agência Senado
Rio - O senador
Flávio Bolsonaro (Republicanos) pediu ao STF para acompanhar o
depoimento do empresário Paulo Marinho no inquérito que investiga se o
presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal. O
empresário será ouvido pela PF nesta terça-feira (26) na
superintendência do Rio.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Marinho afirmou
que um delegado teria se encontrado na porta da superintendência da PF
com interlocutores do então deputado estadual e atual senador para
informar que a operação seria atrasada, a fim de não prejudicar a
família Bolsonaro em meio ao período eleitoral de 2018.
"Nesse contexto, inafastável o direito de Flávio
Bolsonaro não apenas de acompanhar, como, especialmente, se fazer
representar em tal ato por advogado indicado, na defesa da verdade
material, gravemente ameaçada no presente caso, máxime ante as
disposições do art. 5o, LV, da Constituição da República e do art. 7o,
XXI, do Estatuto da Advocacia", escreveu o advogado Frederick Wassef.
A defesa requereu ainda que possa acompanhar outros
depoimentos que sejam tomados no inquérito e que tenham relação com a
narrativa de Marinho implicando o senador.
Operação Furna da Onça
A operação foi às ruas no dia 8 de novembro e cumpriu
19 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 47 de
busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região
(TRF-2) e tendo como foco deputados da Assembleia Legislativa do Rio.
Flávio não era alvo, mas relatórios de inteligência
financeira produzidos pelo antigo Coaf já apontavam desde janeiro
daquele ano movimentações suspeitas nas contas de Fabrício Queiroz, seu
suposto operador financeiro no esquema de "rachadinha".
Os relatórios tinham como escopo deputados e
assessores da Alerj, e o caso específico de Flávio foi revelado pelo
jornal O Estado de S. Paulo no início de dezembro, quando o procedimento
investigativo já havia sido aberto pelo Ministério Público do Rio.
Segundo Marinho, os advogados Miguel Braga Grillo e
Victor Granado Alves, que têm longo histórico de relação com a família
Bolsonaro em gabinetes e processos judiciais, compareceram à sede da PF
junto com outra interlocutora, Val Meliga, para ouvir o que o delegado
tinha a dizer.
As denúncias de Marinho fizeram com que a Polícia
Federal reabrisse um inquérito sobre supostos vazamentos da Furna da
Onça. O Ministério Público Federal também anunciou que vai investigar o
caso.
(Por
O Dia)
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