MUDANDO DE POSTURA
Bolsonaro em pronunciamento sobre a pandemia na noite desta terça (23)
Rio - Na noite desta terça-feira, depois de adiar seu
pronunciamento por duas vezes, o presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) foi à rede nacional falar sobre o atual cenário da pandemia no
país. Como já era esperado, o presidente mostrou dados de compras da
vacina, defendeu a imunização e se solidarizou com as mortes causadas
pela doença. Somente nas últimas 24h, o Brasil registrou 3.252 óbitos
por complicações da covid-19, segundo o Conselho Nacional de Secretários
de Saúde (Conass).
"Estamos num momento de uma nova variante do
coronavírus que infelizmente tem tirado a vida de muitos brasileiros.
Desde o começo eu disse que tínhamos dois grandes desafios, o vírus e o
desemprego. Em nenhum momento o governo deixou de tomar medidas
importantes tanto para combater o coronavírus, como para combater o caos
na economia, que poderia gerar desemprego e fome", disse Bolsonaro no
começo do discurso.
Logo após a abertura, o presidente afirmou que o
Brasil é, atualmente, o quinto país que mais vacinou no mundo: "Temos
mais de 14 milhões de vacinados e mais de 32 milhões de doses de vacina
distribuidas para todos os estados da federação". No entanto, esse
número já foi contestado. Em números absolutos, o Brasil é o 4º país que
mais aplicou a primeira dose. Mas, especialistas argumentam que o
correto é analisar o número de doses aplicadas a cada 100 habitantes,
número esse ainda baixo em solo nacional.
Ainda durante o pronunciamento, Bolsonaro afirmou
que, em poucos meses, o Brasil será autossuficiente na produção de
vacinas. "Não sabemos por quanto tempo teremos que enfrentar essa
doença, mas a produção nacional vai garantir que possamos vacinar os
brasileiros todos os anos, independentemente das variantes que possam
surgir", acrescentou.
Por fim, o presidente citou a informação, que já tinha sido divulgada pelo Ministério da Saúde, de que o governo já contratou mais de 500 milhões de doses de imunizantes para serem entregues até o final do ano.
"Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para
vacinar toda a população. Muito em breve, retomaremos nossa vida normal.
Solidarizo-me com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias.
Que Deus conforte seus corações!", concluiu.
Mudança de discurso
Na noite de hoje, a mudança de discurso do presidente
foi notória. "Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina desde que
aprovada pela Anvisa e assim foi feito", afirmou Bolsonaro. Apesar da
declaração dada por ele, as falas durante o decorrer da pandemia mostram
contradição.
No auge da disputa política em torno da vacina com o
governador João Doria (PSDB), o Ministério da Saúde anunciou a intenção
de aquirir 46 milhões de doses da vacina CoronaVac - desenvolvida pela
chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. No dia seguinte, o
presidente negou a compra.
"Não será comprada", disse Bolsonaro em resposta a um internauta que escreveu "Presidente, a China é uma ditadura, não compre essa vacina, por favor. Eu só tenho 17 anos e quero ter um futuro, mas sem interferência da ditadura chinesa".
"Não será comprada", disse Bolsonaro em resposta a um internauta que escreveu "Presidente, a China é uma ditadura, não compre essa vacina, por favor. Eu só tenho 17 anos e quero ter um futuro, mas sem interferência da ditadura chinesa".
Em novembro, Bolsonaro chegou a comemorar quando os testes da CoronaVac
no Brasil foram suspensos após a morte de um dos voluntários. Mesmo sem
detalhes sobre a circunstância da morte — a Anvisa posteriormente
concluiu que não havia relação com os testes —, Bolsonaro afirmou que a
vacina poderia causar "morte, invalidez, anomalia" e disse que era uma
vitória sua.
"Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha", escreveu.
"Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha", escreveu.
(Por:O Dia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário