ORGÃO APURA O CASO
A Anvisa disse ainda que todas as vacinas da covid-19 que foram importadas legalmente tinham como destino o SUS, ou seja, a agência não liberou a entrada de doses da Pfizer
Rio - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) informou nesta quinta-feira, 25, que abriu investigação sobre a
aplicação clandestina de vacinas feita na garagem da empresa de
transportes viação Saritur, em Belo Horizonte (MG). O órgão avalia se
houve crime sanitário na vacinação e também encaminhou ofício para a
Polícia Federal (PF) apurar o caso.
A Anvisa disse ainda que todas as vacinas da covid-19
que foram importadas legalmente tinham como destino o SUS, ou seja, a
agência não liberou a entrada de doses da Pfizer. "Cumpre ressaltar que,
por força da RDC 479/2021, é proibida a importação de vacinas por
pessoa física no Brasil." A Pfizer nega que tenha vendido as doses ao
grupo mineiro.
Seis vídeos obtidos pela reportagem do Estadão
mostram pessoas sendo vacinadas na noite de terça-feira, na garagem da
empresa mineira. O vaivém ocorreu após as 20h, quando já estava em vigor
o toque de recolher determinado pela prefeitura. O Ministério Público
Federal e a Polícia Federal de Minas investigam o caso. A empresa nega.
Segundo boletim de ocorrência feito à Polícia Militar, até mesmo
crianças foram vacinadas: a empresa só começou agora os estudos de
segurança do imunizante para quem tem menos de 18 anos.
Na quarta-feira, 24, reportagem da revista Piauí mostrou que políticos e
empresários de Minas teriam tomado a 1ª das duas doses da vacina da
Pfizer contra a covid. Eles ainda teriam contrariado lei aprovada neste
mês, que determina a doação ao SUS de todas as doses compradas pela
iniciativa privada enquanto grupos de risco estão sendo vacinados. A
Justiça Federal em Brasília considerou inconstitucional esta lei nesta
quinta-feira, 25, mas a decisão é provisória e ainda deve ser avaliada
pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
(Por:Estadão Conteúdo)
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