O Rio Grande do Norte segue apresentando altos índices de crimes contra
a vida. Segundo levantamento feito pelo Observatório da Violência Letal
Intencional (OBVIO) – instituto que contabiliza e analisa delitos dessa
natureza – o estado chegou a 1.500 assassinatos registrados somente
este ano. O número foi atingido nesta sexta-feira (11) e a média de
vítimas por 100 mil habitantes é de 42,77.
“A violência e a insegurança são promovidas pelo próprio governo do Rio
Grande do Norte, quando, para se esquivar de sua responsabilidade,
insiste em criar bodes expiatórios para seus próprios erros. A prova
disso é que chegamos a 1500 CVLIs (Condutas Violentas Letais
Intencionais) nesses 222 dias de 2017”, critica o especialista em gestão
e políticas de segurança pública Ivenio Hermes, que também é
coordenador do Observatório.
O G1
procurou a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) para
comentar os dados e a ainda aguarda o retorno da pasta.
Em comparação ao mesmo período do ano passado, ou seja, levando em
consideração a quantidade registrada de pessoas vítimas de homicídio
entre 1º de janeiro e 11 de agosto de 2016, o ano de 2017 já contabiliza
um crescimento de 25,2%.
“A não ser que o governo esconda os dados da violência, 2017,
indubitavelmente, já entrou para a história como o ano mais violento do
Rio Grande do Norte”, atesta Hermes.
“Governo usa empirismo para resolver problema da segurança”
“Na contramão de uma gestão transparente, o governo confunde gastos de
custeio e folha de pagamento com investimentos reais em segurança
pública, e ainda culpa ex-secretários, ex-comandantes da PM, o governo
anterior, as fronteiras, a imprensa e qualquer um que possa ser a bola
da vez para receber a culpa num lugar de um governo que usa o empirismo
para resolver o problema complexo que é a segurança pública”, reclama
Ivenio Hermes.
Para o pesquisador, as estratégias de gestão adotadas pelo Poder
Executivo são frágeis e ineficazes. “No início do mês de julho o governo
divulgou uma estatística manipulada para dizer que fazia três meses que
estava reduzindo a violência, como se um período de 3 meses fosse o
suficiente para aferir resultados em segurança pública E a resposta veio
a galope: o mês mais violento do ano, julho, apagou a afirmação do
governo, o mês de agosto está servindo para mostrar o quão frágeis são
as estratégias de gestão”, corrobora.
Além de homicídios dolosos, entram na estatística elaborada pelo OBVIO
outros crimes violentos que resultem em morte, como roubo (no
latrocínio), estupro ou lesão corporal seguidos de morte. Cadáveres e
ossadas encontradas e mortos em confrontos policiais também são
considerados.
Homicídios por cidades
Em Natal, foram 392 assassinatos entre 1º de janeiro e o dia 11 de
agosto. Na lista das cidades mais violentas do no estado, também
preocupam:
- Mossoró, com 150 homicídios contabilizados;
- Ceará-Mirim, com 105;
- Parnamirim, com 93;
- São Gonçalo do Amarante, com 67.
- Macaíba, com 59;
( Por G1 RN)
Nenhum comentário:
Postar um comentário