quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Acusados de crime que chocou o RN vão a júri popular nesta quinta. Maria Luiza Fernandes Bezerra, de 15 anos, foi assassinada em 2009. Os dois acusados serão julgados no Fórum Miguel Seabra Fagundes.

CASO MARIA LUÍZA
 
Felipe Gibson Do G1 RN
 
Maria Luiza, de 15 anos, morta em 2009 (Foto: Arquivo da família) 
Maria Luiza, de 15 anos, foi assassinada em 2009
(Foto: Arquivo da família)
 
Cinco anos e seis meses depois do assassinato da estudante Maria Luiza Fernandes Bezerra, de 15 anos, os dois acusados do crime vão a júri popular nesta quinta-feira (30) no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal. Apesar do julgamento estar confirmado, as defesas dos acusados Thiago Felipe Rodrigues Pereira, o 'Thiago Cabeção', de 26 anos, e Kleisson de Souza Freitas da Silva, o 'Negão', de 32 anos, tentam adiar o júri. O caso será julgado pela juíza Eliana Marinho.

Thiago e Kleisson foram denunciados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, roubo qualificado, estupro, vilipêndio (maltrato de cadáver) e ocultação do corpo. Caso sejam condenados às penas máximas, eles poderão ser sentenciados a mais de 60 anos de prisão.

O promotor Augusto Flávio de Azevedo, que representa o Ministério Público do Rio Grande do Norte no caso, se disse tranquilo em relação ao julgamento. "O processo é vasto e possui muitas provas, desde interceptações telefônicas a depoimentos de testemunhas que nos levam à autoria do crime. É um conjunto que nos deixa tranquilo", disse o promotor, que afirmou não ver motivo para o adiamento do júri.


Quanto ao crime, Augusto Flávio Azevedo conta que o assassinato de Maria Luiza teve uma "combinação de desejo e estímulo de droga". "Há um desejo reprimido pela moça da parte de um dos acusados, o Thiago, e um flagrante do envolvimento de ambos os acusados com drogas. Os dois andavam juntos. Era um dia esquisito e chuvoso quando a menina foi pega a força e colocada em um carro. Ela sofreu diversos abusos, foi morta e o corpo foi desovado", acrescenta.

Maria Luiza saiu de casa no dia 21 de abril de 2009, feriado de Tiradentes, para se encontrar com o namorado em uma lan house. Ela não chegou ao destino. Seis dias depois, o corpo da adolescente foi encontrado nu já em avançado estado de decomposição. A perícia constatou que a adolescente foi estuprada e estrangulada. O corpo de Maria Luiza estava em um lixão no bairro de Felipe Camarão, Zona Oeste de Natal.

Thiago Felipe Rodrigues Pereira e Kleisson foram sentenciados a sentarem no banco dos réus em 19 de dezembro do ano passado. A sentença de pronúncia foi do juiz Ricardo Procópio Bandeira de Melo, titular da 3ª Vara Criminal de Natal.


Marcus Alânio representa o acusado Thiago no caso da morte da adolescente Maria Luiza (Foto: Felipe Gibson/G1) 
Marcus Alânio representa o acusado Thiago no caso
da morte de Maria Luiza (Foto: Felipe Gibson/G1)
 
Defesas
O advogado Marcus Alânio Martins Vaz, que defende Thiago Cabeção, entrou com um pedido de desaforamento para mudar o local do julgamento de Natal para Mossoró ou Pau dos Ferros, cidades da região Oeste. A defesa alega que a família da vítima criou um clamor nas redes sociais, convocando pessoas para comparecerem ao júri, o que pode interferir na avaliação dos jurados.

Enquanto isso, o advogado Arsênio Pimentel, que defende Negão, informou que vai pedir o adiamento do julgamento. O motivo, segundo Pimentel, é que uma testemunha que incriminou seu cliente não foi localizada pela Justiça. A defesa afirmou que a testemunha aparece no processo incriminando Negão, mas foi dispensada pelo Ministério Público. A defesa aguarda parecer da Justiça sobre a presença da testemunha.

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