TRAFICANTE SOLTO
Soldado Denis esteve na Secretaria de Segurança Pública nesta quarta (Foto: Fernanda Zauli/G1)
“Sobre a denúncia da extorsão tudo isso é um mal entendido e não procede. Na verdade não posso dar detalhes neste momento porque se trata de uma investigação muito grande. Em relação a essa história de que teria contratado pistoleiros pra executar policiais é uma grande mentira, mas na hora exata toda a verdade vai aparecer”, limitou-se a dizer o delegado Graciliano Lordão em entrevista ao G1.
Coronel Araújo (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
Ainda na noite desta terça, o comandante geral da PM, coronel Francisco Araújo Silva, enviou um grupo de escolta com quatro policiais do Batalhão de Choque para a residência do soldado, onde permaneceram de guarda durante toda a noite e madrugada. "Vamos manter a escolta ao PM e aguardar um posicionamento do Ministério Público", disse o comandante. Segundo ele, o soldado tem 41 anos, está na PM há 10 anos e tem uma conduta ilibada.
Já na manhã desta quarta, o soldado esteve na sede da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed). Ele chegou ao local escoltado e usando colete a prova de balas. O titular da Sesed, general Elieser Girão Monteiro orientou o soldado a procurar o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público. "Existe uma investigação no MP sobre esse caso e será dada a resposta que a sociedade espera", disse o secretário.
O delegado geral de polícia civil, Adson Kepler, disse estranhar a denúncia de ameaças sofridas pelo soldado e pelo agente e não entender o que chamou de "pandemônio nas redes sociais" acerca do caso. "Tudo isso atrapalha a investigação que está em curso. Vamos agora investigar a veracidade dessa ameaça. Se houve ameça, os envolvidos serão punidos e se houve calúnia, também haverá punição", disse.
Extorsão
O soldado Denis conta que em meados de 2013 prendeu um suspeito de tráfico de drogas em Ponta Negra e o encaminhou para a 15ª Delegacia de Polícia no mesmo bairro. De acordo com o soldado, em uma busca realizada na casa do suspeito foram encontrados R$ 20 mil em dinheiro. Segundo ele, o delegado Graciliano Lordão não autuou o suspeito e dias depois, mais uma vez, o soldado se deparou com o suspeito solto quando o próprio disse que teria pago ao delegado para ser solto.
O soldado relatou a situação para o comando da Polícia Militar e o caso foi encaminhado para o Ministério Público que instaurou inquérito para apurar as denúncias.
Lordão
Graciliano Lordão tem 47 anos. Vinte e seis deles, dedicados à Polícia Civil. Nasceu em Santa Rita, na Paraíba, mas mora há 11 anos no RN. No estado, tem passagem pelas delegacias de Furtos e Roubos, em Natal, 1ª DP de Parnamirim, e 15ª DP de Ponta Negra, também na capital potiguar.
Delegado Graciliano Lordão nega as denúncias feitas pelos policiais (Foto: Ney Douglas/Novo Jornal)
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