TRANSTORNO
Alessandra Bernardo
alessabsl@gmail.com
Quem mora, trabalha ou passa pela BR-226, entre os bairros de Felipe Camarão e Bom Pastor, na zona Oeste de Natal, já não suporta mais a grande quantidade de buracos, de todos os tamanhos, existentes nas duas pistas que compõem a rodovia. Para completar o cenário de caos e desespero, as pessoas agora têm que conviver com o esgoto a céu aberto que passou a correr pelo trecho, causando incomodo e transtornos para todos, principalmente quem reside nas proximidades do local.
A dona de casa Maria de Fátima Silva, disse que recentemente tamparam parte dos buracos situados no cruzamento da rodovia federal com a Avenida Capitão Mor Gouveia, que estava comprometendo a circulação dos veículos e colocando-os em risco de acidente. No entanto, apesar da intervenção, outros trechos, incluindo a frente do Curtume São Francisco, estão completamente deteriorados e comprometidos, com crateras que já atingiram a camada de paralelepípedos abaixo do asfalto, formando desníveis com mais de dez centímetros de altura, que colocam em risco quem trafega pela vida.
“Já vi muito acidente depois que começaram a aparecer esses buracos, que já tem mais de ano. Carros pequenos quebram, motociclistas perdem o equilíbrio e caem, caminhões atolam, é um terror. Pior ainda porque sobra também para os pedestres, que têm que passar a pé por esses trechos ruins e ficam sujos, por causa da poeira e da lama que fica empoçada. A fedentina por causa desse esgoto é tão grande que a gente fica doente. Só Deus para ter piedade de nós aqui”, desabafou.
Os comércios próximos ao cruzamento também sofrem com a situação, que já foi denunciada três vezes pelo O JORNAL DE HOJE somente neste segundo semestre, sem que fosse encontrada uma solução. Para o vidraceiro Leandro da Costa, que possui um estabelecimento em frente à área onde o esgoto está empoçado, cerca de 70% da sua clientela já foi embora porque não consegue chegar ao imóvel. “Colocaram umas carradas de brita nos buracos aqui na frente, o que trouxe uma melhoria pequena, mas a situação continua crítica e esse esgoto agora só piora tudo. Não sei mais o que pensar e esperar”, falou.
Quem também não está satisfeita é a comerciante Fabiana Gomes, que já chegou a cogitar sair do local por causa dos prejuízos que vem sofrendo nos últimos meses. Ela disse que muitos clientes chegam de carro ou mesmo idosos andando a pé e que eles preferem se deslocar até o bairro do Alecrim, para fazer suas compras. “Queremos e exigimos uma solução definitiva urgente. Pagamos nossos impostos em dia e não temos retorno algum, isso é um absurdo, um desrespeito ao cidadão”, falou.
Os moradores reclamaram ainda que a situação já provocou uma série de acidentes, principalmente com motociclistas e caminhoneiros, que ainda são afetados pela iluminação precária da via. “As pessoas não enxergam direito os buracos e caem mesmo. Está muito difícil e se ninguém fizer nada, vai acontecer uma tragédia grande aqui, com mortes. Acho que só está faltando isso acontecer para as autoridades se mexerem e recuperarem esse trecho tão grande que está esburacado”, desabafou o morador João Félix.
Segundo o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Rio Grande do Norte, Walter Fernandes, o trecho reclamado foi entregue à Prefeitura Municipal de Natal em dezembro de 2012 para as obras realizadas pelo município entre as zonas Sul e Oeste desde o ano passado. “Não podemos intervir neste trecho para não passar por cima da Prefeitura. Além disso, há ainda uma obra feita pela Caern para o esgotamento sanitário da região”, explicou.
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