sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Apaarn inicia campanha para reverter dificuldades financeiras. Entidade que presta atendimentos a pacientes de Autismo no RN terá que demitir três terapeutas

AJUDE

Apaarn-WR--(3)
Prestes a completar 18 anos de fundação, a Associação dos Pais e Amigos dos Autistas do Rio Grande do Norte (Apaarn) passa hoje por uma situação delicada e extremamente preocupante para as dezenas de pais e responsáveis por crianças e adolescentes atendidos por ela, diariamente. Por causa do fim de um contrato com a Prefeitura de Parnamirim, que recentemente anunciou uma série de cortes motivada por uma crise financeira, a entidade terá que desligar três profissionais que atuam em terapias nos próximos dias, o que prejudicará o número e a qualidade dos atendimentos. Uma campanha foi lançada nesta quarta-feira (18) para tentar reverter o caso.

Segundo a presidente da Apaarn, Fátima Cristina Villani, com o cancelamento do contrato, a entidade não terá mais dinheiro para pagar os salários dos profissionais e, diante disso, decidiu-se realizar uma campanha para arrecadação de recursos, para tentar minimizar a situação atual e manter os funcionários. Ela disse que, enquanto não se encontra uma solução ou surtem os primeiros resultados da ação, três terapeutas estão de aviso prévio.

“Infelizmente, estamos nesta situação desesperadora e a campanha foi a forma que encontramos para tentarmos não perder esses três profissionais tão importantes para a qualidade dos atendimentos e de avanços conquistados por cada um dos nossos associados assistidos. Dos outros dois que ficarão, uma está cumprindo licença-maternidade e o outro teve a carga horária reduzida, porque não temos condições de pagá-lo pelo período que atuava antes”, desabafou.

Ela disse que o que for arrecadado com a ação será empregado no pagamento dos salários dos profissionais que ficarem na entidade e que, com essa nova realidade, o número de atendimentos realizados sofrerá uma redução drástica, com, aproximadamente, 40 procedimentos que deixarão de ser feitos ao dia. Sem contar na qualidade dos que devem ser mantidos, já que não terão todas as áreas abrangidas e aumentará o número de pessoas para serem atendidos pelos que ficarem.

“Trabalhávamos antes com psicólogos, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogos, mas agora, não podemos mais arcar com todas as despesas e vamos ter que reduzir o quadro, ficando apenas com um fono e um psicólogo, além dos pedagogos que são arcados pela Secretaria Municipal de Educação (SME). Já faz anos que não temos educador físico e, por isso, aulas de natação, porque o professor saiu e não colocaram mais nenhum no lugar dele”, falou.

Fátima Cristina disse que os pedagogos são importantes para o processo educacional dos assistidos, principalmente por atuarem como um reforço escolar, mas que os terapeutas são essenciais para o desenvolvimento pessoal e o crescimento deles. “Atendemos pessoas de todas as partes do Estado e sabemos a importância que temos para elas, mas infelizmente, não temos como arcar todos os gastos sem contratos ou apoio, por isso, esperamos que nos ajudem na campanha”, afirmou.
Mãe relata preocupação

Freqüentando a Apaarn há cinco anos, desde quando seu filho de 19 anos começou a ser atendido na entidade, a mãe de associado Lúcia Chacon se mostrou bastante preocupada com a situação financeira da entidade, situada no bairro de Capim Macio, zona Sul de Natal. Ela disse que não tem condições de pagar por serviços em  clínicas particulares e que teme que seu filho perca todo o progresso obtidos ao longo desses anos, com a precariedade financeira da Apaarn.

“Ele conquistou muitos e importantes avanços no seu desenvolvimento graças aos atendimentos e terapias que ele faz aqui na Apaarn, mas hoje, eu tenho muito medo de que tudo isso se perca agora. Não tenho palavras para dizer o que estou sentindo hoje, porque passamos por uma situação muito difícil e delicada, revoltante. Não temos condições de pagar particular e nossos filhos ficarão abandonados. Estou desesperada”, desabafou.

Lúcia disse que a campanha iniciada ontem é um alento e que espera que a sociedade natalense entenda a situação da Apaar, sua importância para quem necessita dos seus serviços e que colabore para que a entidade possa manter os profissionais no quadro. “Só Deus para ter piedade e tocar no coração das pessoas. Vivemos uma dificuldade muito grande”, falou.

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