A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta
segunda-feira, 30, ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de dois
novos inquéritos no âmbito da Operação Lava Jato. Em um deles, a
Procuradoria quer investigar o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na
semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o
senador Jader Barbalho (PMDB-PA). No segundo inquérito, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede apurações sobre
Renan, Jader e o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE).
Os
parlamentares devem ser investigados pelas práticas de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro. As peças são mantidas em segredo de
Justiça no Tribunal e têm como fundamento duas petições ocultas. Na Lava
Jato, procedimentos ocultos têm sido usados para abrigar delações
premiadas ainda mantidas em sigilo na Corte.
Esta
é a quinta investigação de que Renan Calheiros é alvo na Lava Jato e o
quarto inquérito de Aníbal Gomes. Ambos aparecem juntos em todas as
investigações, incluindo a apuração sobre formação de quadrilha, que
investiga 39 pessoas. O primeiro inquérito contra Delcídio Amaral foi
aberto na semana passada, quando o ministro Teori Zavascki, do STF,
autorizou a prisão preventiva do parlamentar por tentativa de obstruir
as investigações. Até agora, só Jader Barbalho ainda não havia sido
incluído em nenhuma investigação da Lava Jato.
Com
os novos inquéritos, o total de apurações no STF relativas à
participação de políticos no esquema de corrupção na Petrobras sobe de
33 para 35. Se os inquéritos forem abertos por Zavascki, a lista de
investigados também cresce em um número, para 68 investigados, sendo 14
senadores.
Uma das delações homologadas em data
próxima à das petições que originaram as novas investigações é a do
lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Em delação
premiada, Fernando Baiano citou os nomes de Renan, Jader, Delcídio e do
ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, ao narrar suposto
recebimento de US$ 6 milhões em propinas em contratação do navio-sonda
Petrobras 10.000, em 2006.
Baiano também afirmou
em delação que Delcídio teria recebido US$ 1,5 milhão em espécie na
operação de compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
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