POLÍTICA
O PT enfrenta o risco de sofrer uma
grande derrota nas eleições municipais de 2016 por causa do envolvimento
de integrantes do partido com casos de corrupção e precisa fazer
urgentemente um “exame de consciência”. O alerta é feito por um petista,
o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. Em entrevista ao
jornal O Globo,
Patrus diz temer que integrantes históricos do partido sejam derrotados
e que sejam eleitos exatamente os petistas que se valem de farta
arrecadação financeira, “manipulações religiosas ou outras formas de
manipulação”.
“É o momento de o partido fazer uma
reavaliação, um exame de consciência, uma autocrítica construtiva. O meu
temor é que se elejam dentro do partido exatamente os que têm esses
outros canais. Isso é um risco também. Que os mais representativos do
melhor da tradição petista, daquilo que sempre defendemos, sejam
prejudicados em função de outros que tenham esses canais, como controle
de aparelhos no interior, compra de voto e apoios”, disse o ministro à
repórter Renata Mariz.
Para ele, o PT perdeu a oportunidade de
fazer uma autocrítica ao não abrir mão do financiamento privado de
campanha. “O PT perdeu um bom momento de fazer um mea-culpa público e
assumir o compromisso de não mais receber recursos de empresas. É uma
questão muito delicada, principalmente empresa que presta serviço para o
Estado. Como fica? Dá o dinheiro na campanha e depois quem vai
fiscalizar a obra? No congresso (do partido), era um bom momento para o
PT dizer “não receberemos mais”. Não fez isso. E depois veio uma lei
proibindo. Quando propus isso no encontro, as pessoas diziam: ‘mas o PT
pode acabar’”, afirmou.
Patrus acredita que as próximas eleições
serão difíceis também para os demais partidos por causa do descrédito
da política em geral. “Há um desafio que o Brasil tem de enfrentar,
hoje, que é o rebaixamento da atividade política no sentido intelectual e
na questão da ética. Não há como negar isso. E esse rebaixamento é
perigoso na medida em que as pessoas começam a se sentir desvinculadas
das instituições, no caso mais especialmente do Poder Legislativo, desde
as câmaras municipais até o Congresso”, declarou.
Congresso em Foco
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