A sensação de insegurança da população de Natal e Região
Metropolitana tem crescido após os recorrentes casos de arrastões a
residências registrados nestes primeiros dois meses do ano. No final de
semana passado, houve ocorrências em Parnamirim, Macaíba e na Zona Sul
da capital.
O NOVO não conseguiu obter a
quantidade exata de casos desta natureza ocorridos em 2016. No entanto é
possível perceber a recorrência dos arrastões através dos relatos das
vítimas.
No fim de semana passado, por exemplo, na
noite da sexta-feira, uma granja localizada em Macaíba foi o alvo desse
tipo de atuação criminosa. O local pertence a um grupo de missionários
norte-americanos religiosos e fica na comunidade rural de Pé do Galo.
Segundo
a Polícia Militar, os estrangeiros foram rendidos e amarrados durante o
arrastão. Os criminosos recolheram os pertences das vítimas e fugiram.
Ainda de acordo com a PM, a quadrilha era formada por cinco assaltantes,
todos armados com pistolas e escopetas.
No dia
seguinte, o sábado, foi a vez de Natal. Um grupo de cinco homens invadiu
uma residência na Rua das Nogueiras, no Conjunto Cidade Satélite, Zona
Sul, e levou dinheiro e documentos do carro dos proprietários do imóvel.
O NOVO esteve no local, mas não havia ninguém na casa. Um vizinho
contou à reportagem como aconteceu a ação. De acordo com o chefe de
cozinha José Pereira, que há 30 anos mora na localidade, o crime
aconteceu por volta das 18h. “Na boca da noite”, disse.
Segundo
ele, os vizinhos relataram que os assaltantes levaram R$ 600 em
dinheiro e o documento do veículo. “Aqui está um caso sério”, reclamou.
A
rua é a mesma da casa da jornalista Marina Cardoso, analista de redes
sociais do NOVO que sofreu arrastão no dia 15 de fevereiro. Na ocasião,
os bandidos invadiram a casa pelo portão da frente. Eles renderam as
seis pessoas que estavam na residência, trancaram todos no banheiro e
levaram um carro, joias, eletrodomésticos, computador, máquina
fotográfica e pelo menos R$ 1 mil em espécie.
Francisco
Cabral, que é morador do bairro e diretor da Associação de Moradores da
Cidade Satélite (Amocisa), afirma que, na Rua das Nogueiras, a situação
piorou depois que uma unidade do batalhão da PM responsável pelo
patrulhamento no conjunto foi desativada.
A 2ª
Companhia do 5º Batalhão de Polícia Militar funcionava a três casas de
onde ocorreu o arrastão do sábado passado, e quase em frente ao imóvel
onde mora a jornalista Marina e sua família. “Faz dois anos que não
funciona mais. Serve de ponto de apoio. Ás vezes eles vêm aqui, trocam
de roupa para sair, ou até encostam as viaturas para dormir” relata
Cabral.
O diretor da Associação disse que há um
mês a Amocisa realizou um protesto na rotatória que fica entre as
avenidas Xavantes e Prudente de Moraes, porém pouca gente compareceu ao
ato, que pedia por mais segurança para o bairro.
Cabral
também informou que a direção da associação de moradores terá uma
audiência com a secretária titular da Sesed, Kalina Leite, na próxima
sexta, para tentar pleitear melhorias ao bairro.
Enquanto
isso, os próprios membros da comunidade estão se mobilizando na
tentativa de se proteger da violência. De acordo com José Pereira, os
vizinhos têm se reunido com esse intuito, e estão considerando a
possibilidade de instalar câmeras pela rua, para inibir a ação de
criminosos. “Eu sou contra, de que adiantam as câmeras? Eles não estão
nem aí. Precisamos contratar uma vigília armada, dois homens armados
para ficarem aqui 24h por dia”, opinou Pereira.
Além
de todo o problema com a falta de segurança, os moradores do Cidade
Satélite também lidam com a distância da delegacia que cobre a região. O
prédio onde funcionava a DP do bairro foi interditado e, segundo os
moradores, agora todos os boletins de ocorrência precisam ser
registrados na 8ª Delegacia de Polícia, que fica no bairro de Cidade da
Esperança, Zona Oeste.
Através de nota, a Polícia
Militar afirmou que está intensificando o policiamento em todos os
bairros de Natal. Além disso, realiza ainda operações pontuais nos
bairros de maior incidência de roubos às casas. No entanto, ainda de
acordo com a nota, pondera o atual déficit do efetivo na ordem de 3,5
mil militares.
Humorista teve casa invadida no domingo em Emaús
Na série de arrastões no fim de semana passado também houve ocorrência no bairro de Emaús, em Parnamirim, Região Metropolitana.
Desta
vez, a vítima foi o humorista Mafaldo Pinto. Ele postou em seu perfil
do Facebook que teve a residência onde mora invadida por três
adolescentes, um deles armado com um revólver calibre 38.
O
trio aproveitou o momento em que a esposa do humorista entrava na
garagem como carro da família para anunciar o assalto. Além do casal,
estavam no imóvel o filho dos dois e um amigo da família. “O que estava
com o revolver, botou a arma na minha cabeça e na de meu filho, e
apontou para meu amigo e minha esposa também, foi o que tocou terror.
Agora estamos bem, mas ainda atordoados”, escreveu Mafaldo em seu
Facebook.
Segundo ele, foram levados o carro, uma
motocicleta, uma televisão e objetos pessoais, como carteiras e um
relógio. “Só Deus para não alimentar o ódio em nossos corações”,
exclamou Mafaldo.
por: Rafael Barbosa/NOVO
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