segunda-feira, 28 de março de 2016

Rinaldo Reis defende juiz Sérgio Moro da Lava Jato

DEFESA
 
Diante das críticas que o juiz Sérgio Moro tem sofrido ao tentar punir todos os envolvidos na Operação Lava Jato, representantes do judiciário têm se posicionado favoráveis a atuação do magistrado. O Procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Norte, ao comentar o assunto, declara que, do seu ponto de vista, não houve excessos da parte do juiz federal de Curitiba em divulgar áudios do ex-presidente Lula, numa possível tentativa de impedir que ele ganhasse foro privilegiado e as investigações seguissem para outra instância.
 
“Não vejo excesso nos atos do juiz Sérgio Moro. Está tudo dentro da democracia, assim como a atuação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. É preciso parabenizar a coragem de Moro pela forma inteligente e jurídica como ele está agindo”, declara Rinaldo Reis. Ele analisa que, atualmente, a corrupção está aflorando de forma exacerbada, mas que é possível verificar algo de positivo na atuação dos órgãos investigativos. “Vivemos um momento de corrupção crônica, mas ao lado disso, instituições como o judiciário e o Ministério Público estão mostrando a força delas, sendo capazes de investigar de forma isenta”, ressalta.
 
Na visão do chefe do Ministério Público estadual, aparentemente há algumas forças tentando bloquear o trabalho dessas instituições. “Mas não estão conseguindo. Estão fortes e resistindo bem, junto com a Polícia Federal, acho que isso é o que a gente consegue ver de bom nesse mar de lama”, declara.
 
Rinaldo também diz que o processo de impeachment deve ser visto como algo positivo para o país, independente de quem esteja no poder, desde que sigam todos os trâmites legais. “Quando ele acontece, seguindo o devido processo legal, é prova de que a democracia está forte, porque democracia não é só eleger, mas também retirar. É um país ter mecanismos de assegurar que aquele que foi eleito por voto legítimo também pode ser retirado legitimamente. Não concordo que seja chamado de golpe”, disse, ressaltando que, se for o caso, deve-se assegurar que ocorra legalmente sem manobras.
 
A posse de Lula para Ministro da Casa Civil representa, segundo o Procurador-geral, uma clara tentativa de livrá-lo das investigações e não de tê-lo como interlocutor das relações institucionais do governo. 
 
“Ficou muito claro em todas as conversas nas interceptações legalmente autorizadas, que essa foi uma forma de conferir ao ex-presidente Lula o foro e isso é evidente desvio de finalidade para tirá-lo da competência do juiz Sérgio Moro”, avalia.
 
Contenção de despesas do MP não corta auxílios nem gratificações
 
A Assembleia Legislativa aprovou nesta semana o projeto de Lei que reduz cargos e promotorias no âmbito do Ministério Público. O projeto inicial previa uma economia de R$ 11 milhões ao ano na folha de pessoal, para que o órgão se enquadrasse nos limites estipulados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, mas o colégio de procuradores não aceitou algumas das medidas. Mesmo assim, o procurador-geral, Rinaldo Reis, estima que ainda haverá uma economia de R$ 8 milhões anuais e que não será necessário cortar auxílios nem gratificações.
 
“A gente vai conseguir mais ou menos R$ 8 milhões ao ano e esperamos medidas que venham trazer uma redução maior. Por enquanto não vamos mexer no auxílio moradia que é um valor uniforme em todo o país. Mas é possível que a Câmara Federal reformule isso e de alguma forma seja retirado, mas dentro de algo que possa haver compensação se não toda pelo menos uma parte, como um subsídio de reposição salaria”, explica. 
 
Em 2015, as despesas do Ministério Público do estado com auxílio-moradia, ficaram assinaladas na rubrica ‘indenizações e restituições’ num montante de R$ 11,6 milhões. Rinaldo disse que não vai encaminhar o projeto proposto como emenda pela procuradora Iadya Gama que garantiu que haveria uma economia de R$ 8 milhões nos próximos 12 meses se fossem extintas duas promotorias (uma em Parnamirim, outra em Mossoró), além do corte das gratificações de representação cargos efetivos e dos adicionais de substituição de diferença de entrância. “Já declarei que não encaminharei nem ao colégio de procuradores”, relatou. 
 
O projeto aprovado pelos deputados nesta semana prevê a extinção, com a vacância, de quatro cargos de Procurador de Justiça, 13 de promotor de justiça de Natal e nove de promotor substituto. Uma emenda supressiva coletiva subscrita pelos deputados estaduais Albert Dickson, Nelter Queiroz, George Soares, Gustavo Carvalho e Hermano Morais, mantendo o cargo de Promotor de Justiça de São Rafael, cuja extinção foi igualmente proposta. Segundo Rinaldo, o projeto inicial previa a extinção de cinco promotorias no interior, mas os procuradores só aceitaram a de quatro, de forma que ele próprio desistiu da extinção em São Rafael. 


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