NA SÍRIA
Na semana passada, um hospital em Alepo foi bombardeado por aviões do
ditador sírio Bashar al Assad ou de seu aliado, o russo Vladimir Putin.
Quase três dezenas de pessoas morreram, inclusive pacientes e médicos.
Um deles, Dr Muhammad Waseem Maaz, era o único pediatra no hospital. Este vídeo mostra o Dr. Maaz andando pelo corredor momentos antes da explosão da bomba.
O episódio escancarou as condições duríssimas em que os profissionais
de saúde atuam na Síria. Situações como essa, do bombardeio, refletem um
risco diário que nem sempre vem a público.
O fotógrafo sírio Bassam Khabieh, da agência Reuters, é um dos poucos
jornalistas que vem retratando consistentemente essa realidade. Na
semana passada, seu trabalho foi reconhecido com a Medalha de Ouro Robert Capa, o maior prêmio de fotografia de guerra do mundo, que é concedido pelo Overseas Press Club à “melhor reportagem fotográfica que exigiu coragem excepcional” de seu autor.
A reportagem premiada é entitulada “Hospital de campanha em Damasco” (originalmente “Hospital de campanha em Douma”) e mostra cenas de horror dentro da clínica,
principalmente logo após um ataque aéreo em 13 de dezembro de 2015.
Khabieh também documentou o drama de um bebê que teve de ser tirado
prematuramente, aos 8 meses, da barriga da mãe, que morreu após ser
ferida com estilhaços em um bombardeio. O bebê sobreviveu em uma
incubadora, mas esteve ameaçado por bombardeios posteriores contra o
centro de emergência. Enquanto as bombas caíam, conta Khabieh neste depoimento com fotos para o site da Reuters, “o pai do bebê chorava amargamente, dizendo que ele temia pelo futuro da criança recém-nascida”.
Com observa Khabieh, é incrível como os médicos conseguem trabalhar
nessas condições tão difíceis, em que, se não bastasse a falta de
material, de equipamentos e de mão-de-obra, eles ainda têm de se
preocupar em evacuar pacientes durante possíveis bombardeios. Nesta
outra reportagem, com fotos igualmente espantosas, Khabieh mostra como a
alegria de crianças diante da chegada de um comboio com remédios e comida do Crescente Vermelho
(o equivalente à Cruz Vermelha nos países muçulmanos) se transforma em
desespero quando os carros de ajuda humanitária são bombardeados.
Só mesmo a coragem de abnegados é capaz de garantir que a população
civil da Síria tenha algum tipo de assistência médica em meio à guerra.
por:Veja
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