Um
integrante do Crescente Vermelho socorre uma criança após bombardeio
nos arredores da capital síria, em 24 de agosto de 2015 (REUTERS/Bassam
Khabieh)
O fotógrafo sírio Bassam Khabieh, da agência Reuters, é um dos poucos jornalistas que vem retratando consistentemente essa realidade. Na semana passada, seu trabalho foi reconhecido com a Medalha de Ouro Robert Capa, o maior prêmio de fotografia de guerra do mundo, que é concedido pelo Overseas Press Club à “melhor reportagem fotográfica que exigiu coragem excepcional” de seu autor.
A reportagem premiada é entitulada “Hospital de campanha em Damasco” (originalmente “Hospital de campanha em Douma”) e mostra cenas de horror dentro da clínica, principalmente logo após um ataque aéreo em 13 de dezembro de 2015. Khabieh também documentou o drama de um bebê que teve de ser tirado prematuramente, aos 8 meses, da barriga da mãe, que morreu após ser ferida com estilhaços em um bombardeio. O bebê sobreviveu em uma incubadora, mas esteve ameaçado por bombardeios posteriores contra o centro de emergência. Enquanto as bombas caíam, conta Khabieh neste depoimento com fotos para o site da Reuters, “o pai do bebê chorava amargamente, dizendo que ele temia pelo futuro da criança recém-nascida”.
Com observa Khabieh, é incrível como os médicos conseguem trabalhar nessas condições tão difíceis, em que, se não bastasse a falta de material, de equipamentos e de mão-de-obra, eles ainda têm de se preocupar em evacuar pacientes durante possíveis bombardeios. Nesta outra reportagem, com fotos igualmente espantosas, Khabieh mostra como a alegria de crianças diante da chegada de um comboio com remédios e comida do Crescente Vermelho (o equivalente à Cruz Vermelha nos países muçulmanos) se transforma em desespero quando os carros de ajuda humanitária são bombardeados.
Só mesmo a coragem de abnegados é capaz de garantir que a população civil da Síria tenha algum tipo de assistência médica em meio à guerra.
por:Veja
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