TORTURA DE JOVENS NA AUSTRÁLIA
O primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, anunciou nesta
terça-feira o início de uma investigação acerca do tratamento de jovens
que vivem em reformatórios no país. O caso veio à tona após a emissora Australian Broadcasting Corporation
divulgar vídeos que mostram meninos sendo despidos, atingidos com gás
lacrimogênio e passando por procedimentos de tortura semelhantes aos
usados na prisão de Guantánamo e de Abu Ghraib.
A reportagem, exibida no programa Four Courners, documentava
os abusos em diversas instituições para menores infratores no norte do
país, durante 2014 e 2015. Em um dos casos mais marcantes, o jovem de 17
anos Dylan Voller é visto amarrado em uma cadeira e forçado a usar um
capuz para cobrir o rosto, por mais de duas horas.
Voller, que aparece em mais de um vídeo sendo maltratado por guardas
na instituição Don Dale, e outros cinco ex-detentos do local pretendem
processar o governo australiano pelo tratamento. O advogado do jovem,
Peter O’Brien, afirmou que Voller agora está em um presídio para adultos
e pediu sua liberação imediata. “O impacto desses anos de brutalidade
deve ser mensurado e ele necessita de assistência imediata”, comentou.
O material exibido pela emissora inclui imagens de circuitos de
segurança em que dois adolescentes se escondem embaixo de colchões para
se proteger do gás lacrimogênio jogado por um guarda, a uma distância
mínima e em uma cela fechada. Em outro vídeo, os mesmos jovens e mais
quatro outros aparecem chorando ao serem algemados e atingidos com jatos
de uma mangueira de incêndio.
“Como todos os australianos, eu estou extremamente chocado e amedrontado”, afirmou o primeiro-ministro à rádio ABC.
De acordo com a reportagem, havia crianças a partir 10 anos detidas na
prisão Don Dale e adolescentes de 13 anos chegaram a ser mantidos na
solitária por longos períodos. Os menores eram trancados em celas
pequenas e de segurança máxima, sem acesso à água ou luz natural.
por:Veja
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