O
deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN) criticou o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva por ter resolvido protocolar, na quinta-feira
(28), uma petição no Comitê de Direitos Humanos da Organização das
Nações Unidas (ONU) contra o juiz federal Sérgio Moro e os procuradores
da Operação Lava Jato, alegando "falta de imparcialidade" e "abuso de
poder". A medida foi condenada pelo deputado federal Rogério Marinho
(PSDB): "Lula acha que está acima da lei". As informações são do site do
PSDB.
Para
Rogério Marinho, Lula chega ao fim de sua vida pública de forma
melancólica. "Ele [Lula] que, em algum momento, representou na cabeça
dos brasileiros a sensação de uma política nova, de uma política
diferente, na verdade era o Cavalo de Troia, porque sempre foi, e a
história demonstrou, alguém que esteve a serviço do aparelhamento do
estado, da corrupção, do fisiologismo, do clientelismo, do atraso, do
dogmatismo. Lula é o tipo de político que precisa ser varrido para o
lixo da história, e isso vai acontecer em breve. Esse tipo de
manifestação da parte dele só nos deixa mais confiantes de que essa
aura, essa mitologia, está com os seus dias contados", completou.
No
documento, os advogados de Lula, Cristiano Zanin e o australiano
Geoffrey Robertson, acusam o juiz e os procuradores de violarem a
Convenção Internacional de Direitos Políticos e Civis. A defesa do
petista usa como justificativa quatro pontos que, na visão deles,
exemplificariam os abusos cometidos: a condução coercitiva de Lula para
depoimento à Polícia Federal, em 4 de março deste ano; o vazamento de
dados confidenciais de Lula e das investigações para a imprensa; a
divulgação das gravações telefônicas de Lula, entre elas a que conversa
com a presidente afastada Dilma Rousseff; e o uso de prisões temporárias
e preventivas na Lava Jato como um recurso para obter acordos de
delação premiada.
A
petição afirma que o juiz Moro não está apto a conduzir as
investigações da Lava Jato por sua "evidente falta de imparcialidade", e
acrescenta ainda que ações contra a corrupção política "devem ser
efetivas e dentro da lei para serem dignas de orgulho, e não arbitrárias
e ilegais, o que acabará, em pouco tempo, causando vergonha a um país."
Para
Rogério Marinho, o que causa vergonha ao Brasil é um ex-presidente que
se julga acima da lei, e que recorre a instâncias no exterior por
desprezar as instituições brasileiras.
"O
PT perdeu o verniz, a sutileza. Antes o que era uma ação deliberada,
mas muito sutil, feita por seus militantes, de doutrinação nas escolas,
na área cultural, passa a ficar explicitado pelo seu principal líder, o
Lula, que de uma forma cabal diz o seguinte: 'as instituições
brasileiras não me servem porque elas estão buscando dirimir dúvidas em
relação à minha atuação como presidente da República e como dirigente
partidário. Eu estou acima da lei, e por estar acima da lei, não posso
ser como os cidadãos comuns, investigado, processado, porque sou um
ícone, sou um símbolo do Partidos dos Trabalhadores'", avaliou.
O
parlamentar destacou que a procura de uma instância como a ONU para
fazer esse tipo de denúncia é quase uma confissão de culpa por parte de
Lula que, sem defesa, busca a salvaguarda de uma instituição
internacional.
"É
um desrespeito ao nosso país, à nossa democracia, ao nosso estado de
direito, mas não é de se estranhar vindo de alguém como o Lula e do seu
partido. A própria Constituição de 1988 recebeu por parte deles forte
oposição, de tal forma que os deputados do PT que ousaram votar pela
aprovação foram expulsos. Para eles, o estado democrático de direito é
um instrumento para que eles possam transgredir, roubar, se locupletar, e
na hora em que eles são, de alguma forma, atingidos por essas
instituições porque infligiram a lei, eles buscam outras instâncias
porque não acreditam e nunca acreditaram nas instituições, e agora, mais
do que nunca, se sentem desprotegidos por elas", salientou.
O
tucano disse também que o PT, ao longo de sua existência, sempre usou a
democracia como um simples instrumento para alcançar seus próprios
fins. "Para eles, a democracia é um mero instrumento da classe burguesa,
do status quo que eles sempre detestaram. Então, na hora que a
democracia se volta contra eles, com o Estado de Direito, com o
funcionamento do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal,
com a imprensa livre, eles imediatamente se insurgem", apontou.
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