Os
moradores da comunidade Maruim, localizada no bairro das Rocas, já
estão de malas prontas agurdando a mudança para um residencial
construído nas Rocas, transferência que acaba de ser adiada pela quinta
vez. Anova promessa da prefeitura é de que as questões burocráticas
responsáveis pelo atraso sejam solucionadas ao longo dos próximos dias
para que a transferência ocorra no início de agosto.
Enquanto
os prazos para a mudança são constantemente prorrogados, os moradores
seguem com todos os pertences embalados e com a frustração de ter de
esperar algo indefinido.
Um
exemplo disso é o caso da costureira e manicure Francisca Marta, de 46
anos, que após encaixotar todas as coisas precisa contar com os vizinhos
para preparar suas refeições enquanto aguarda ansiosamente pela
mudança.
“Se
dependesse de mim eu já teria ido embora. Minha casa está toda
bagunçada. Já guardei todas as minhas coisas para mudança. Agora faço
lanches na padaria e peço ajuda das vizinhas que me emprestam panelas
para fazer o almoço. Já que eles querem tirar a gente daqui, que
entreguem logo a minha casa. Já estou com toda papelada assinada. Agora
só falta eles entregarem a chave do apartamento”, relata.
Histórias
como a de dona Francisca se espalham pelas vielas da comunidade
ribeirinha. O pescador Francisco Gilberto, 45, também está com tudo
pronto para mudança e se sente desrespeitado com os atrasos na
transferência. “Vivemos um momento de dúvida sem nenhuma resposta
concreta sobre a mudança e nós não merecemos isso. Somos uma comunidade
muito antiga com várias gerações de pescadores e nativos. A gente vive
aqui no meio da lama e do esgoto sem nenhum tipo de apoio. Não queremos
criar os nossos filhos assim. Todo dia eles falam uma data nova e o dia
nunca chega. Eu acho uma falta de responsabilidade com a população”,
declara o pescador.
O
residencial São Pedro foi inaugurado pela prefeitura no dia 29 de junho
e também fica localizado no bairro das Rocas - para que a mudança não
interfira nas atividades econômicas desenvolvidas pelos moradores, que
em sua maioria vivem da pesca.
O
projeto prevê que a comunidade seja transferida para 170 apartamentos
do empreendimento. Após a remoção, as casas devem ser demolidas para dar
lugar à ampliação do cais do Porto de Natal.
O
Residencial São Pedro corresponde a um investimento de R$ 12,2 milhões e
foi desenvolvido através do programa do Governo Federal, Minha Casa,
Minha Vida. O residencial é formado por 200 apartamentos de 43 m² cada.
Todos foram construídos com azulejos do chão ao teto e esquadrilhas de
alumínio.
Destes
imóveis, 170 devem ser destinados aos moradores da comunidade enquanto
os outros 30 serão distribuídos entre moradores das comunidades s das
comunidades do Pajuçara, na Zona Norte, Jacó e Mãe Luíza, na Zona Leste,
que perderam suas casas nas enchentes de 2014.
O
secretário adjunto da Secretaria Municipal de Habitação, Regularização
Fundiária e Projetos Estruturantes, Aberto Josuá, explicou em entrevista
ao NOVO por telefone que após a inauguração do prédio surgiram várias
questões que impediram a mudança. Ainda de acordo com o adjunto, tudo
deve ser resolvido ao longo desta semana.
“Existem
vários pequenos problemas que impedem a mudança. Alguns moradores, por
exemplo, precisam regulamentar o estado civil para que o contrato possa
ser assinado. Se a pessoa tem uma certidão de casamento ela precisa da
assinatura do cônjuge ou da certidão de divórcio para que a Caixa aceite
o contrato. Estamos resolvendo várias questões como essas. Eu espero
que consigamos finalizar tudo esta semana para que a transferência seja
realizada no início da próxima semana”, explica o adjunto da Sharpe,
Alberto Josuá.
por:NovoJornal
Nenhum comentário:
Postar um comentário