Durante a instalação das torres e dos bloqueadores, foram os próprios presos quem se encarregaram de espalhar a novidade
Durante a instalação das torres e dos bloqueadores, foram os próprios presos quem se encarregaram de espalhar a novidade. Fotos feitas de dentro do pátio da unidade rapidamente chegaram às redes sociais. Áudios, supostamente gravados por detentos, também foram parar em grupos de WhatsApp.
Em contato com o G1, o secretário Wallber Virgolino, titular da Sejuc, procurou minimizar a situação, preferindo não fazer alarde sobre o equipamento. “Trata-se de um sistema de videomonitoramento com a utilização de infravermelho”, limitou-se a dizer.
Dezenas de ventiladores, rádios e TVs foram recolhidos no início da
semana do pavilhão 2 da Penitenciária Estadual de Parnamirim (Foto:
Sejuc/Divulgação)
Em cindo cias, esta é a segunda vez que a Penitenciária Estadual de Parnamirim ganha destaque. No início da semana, a Sejuc puniu os presos da unidade ao recolher das celas do pavilhão 2 dezenas de aparelhos de TV, rádios e ventiladores. “Começamos a tirar os presos da zona de conforto. Benesses e regalias concedidas em outros tempos estão sengo substituídas por disciplina”, afirmou Virgolino ao falar sobre a apreensão dos objetos.
Ao G1, o secretário da Sejuc explicou que os aparelhos foram retirados como punição pelo mal comportamento e sucessivas tentativas de fugas dos presos. "Toda semana encontramos escavações de túneis no local. Isso precisa acabar. Não aceitaremos insubordinações”, afirmou.
Várias unidades prisionais do RN foram destruídas
nas rebeliões de março de 2015. A foto mostra
como ficou uma das celas de Alcaçuz
(Foto: Divulgação/Sindasp-RN)
nas rebeliões de março de 2015. A foto mostra
como ficou uma das celas de Alcaçuz
(Foto: Divulgação/Sindasp-RN)
O sistema penitenciário potiguar não passa por um bom momento. E faz tempo. Em março de 2015, após uma série de rebeliões em várias unidades prisionais, o governo decretou estado de calamidade pública e pediu ajuda à Força Nacional. Para a recuperação de 14 presídios, todos depredados durante os motins, foram gastos mais de R$ 7 milhões. Tudo em vão. As melhorias feitas foram novamente destruídas.
Atualmente, em várias unidades, as celas não possuem grades e os presos circulam livremente dentro dos pavilhões.
Além das unidades depredadas e da superlotação, mortes dentro dos presídios e fugas também se tornaram problemas constantes para o Estado. Somente este ano, 16 detentos morreram de forma suspeita ou foram assasinados dentro das unidades prisionais do estado. E mais: 274 detentos já escaparam do sistema prisional potiguar em 2016.
Após uma das mais recentes fugas deste ano, quando 16 detentos escaparam de um presídio na região Seridó do estado, o secretário Wallber Virgolino chegou a afirmar que o Estado tem total controle da situação. “As fugas reduziram, o sistema distensionou. Os agentes penitenciários entram em qualquer unidade do estado a qualquer hora do dia e da noite, então nós retomamos o controle das unidades prisionais”.
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