Como nos últimos dois dias, torcedores foram até a Arena Condá nesta quinta-feira para fazer suas orações. Um fã chamou a atenção nas arquibancadas: Gustavo Braun, que trabalha em uma seguradora, costurou uma bandeira da Colômbia com a palavra “Gracias” (obrigado, em espanhol) no centro.
Ele disse que, depois do que viu, passou a ter dois times do coração. “O que a torcida do Atlético Nacional fez foi espetacular. Virou o segundo time de toda a cidade. Fiz questão de retribuir todo o afeto do povo colombiano.”
Logo no dia do acidente, o clube colombiano anunciou que abriria mão do título da Chapecoense. Depois do que viu, Gustavo mudou de ideia. “Agora eu quero que o título seja dividido. O Atlético Nacional também agiu como um campeão.” A Conmebol ainda não tomou uma decisão sobre o tema.
O torcedor, que era amigo próximo de uma das vítimas fatais, o jornalista Renan Agnolin, da Rádio Oeste Capital, disse que a cerimônia em Medellín aliviou um pouco a dor pela tragédia e já sonha em ver o Atlético Nacional campeão mundial, em 2016 – a equipe venceu a Libertadores e pode fazer a final do Mundial de Clubes, possivelmente contra o Real Madrid.
“Certamente vou torcer muito por eles. Espero em breve poder conhecer a Colômbia, que é um país maravilhoso, de gente do bem, e torcer pelo Atlético.” A cidade eternizada na figura de Pablo Escobar e de seu sanguinário cartel de drogas hoje virou sinônimo de amor e solidariedade.
(Luiz Felipe Castro, de Chapecó/Veja.com)
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