Vestindo terno branco, como costuma fazer diariamente nas
sessões da Câmara Municipal de Natal, o médico psiquiatra Franklin
Capistrano (PSB) foi diplomado na última semana para o seu sétimo
mandato consecutivo. Há 24 anos na Casa, ele presidiu o Legislativo nos
últimos dois anos e afirma que vai concorrer à reeleição, embora a
maioria dos seus colegas tenha anunciado voto no pedetista Raniere
Barbosa.
Dia 19, na ocasião da diplomação dos eleitos em 2 de outubro,
Franklin Capistrano só contava com seu próprio voto e o da vereadora
eleita Nina Souza (PEN). No dia seguinte, porém, sua apoiadora declarou
voto em Barbosa, em comunicado enviado à imprensa.
Apesar disso, o vereador Franklin Capistrano prefere não comentar o
pleito interno. Diz que os vereadores votarão em que acharem melhor e
que todos conhecem sua plataforma de trabalho. “Sou candidato à
reeleição porque é uma prerrogativa constitucional, já com uma
experiência de dois anos de mandato de presidente e com experiência de
mais de duas décadas no Legislativo”, argumenta.
O vereador avalia que a capital potiguar vive uma crise financeira
sem precedentes, em decorrência da realidade econômica do país. Esse,
para ele, será o principal problema a ser enfrentado pela próxima
legislatura.Capistrano diz que espera o ano de 2017 difícil. “Teremos
que adequar racionalmente os gastos para manutenção da máquina do
município, especialmente da Câmara Municipal, para que não haja
dificuldade na nossa administração”, aponta. “Eu digo nossa
administração porque os 29 vereadores irão, de certa forma, administrar o
município de Natal. O prefeito é o gestor; nós os fiscais,
legisladores, e esse corpo junto vai dirigir a cidade”, complementa.
As medidas que vêm sendo tomadas pelo governo federal para melhorar
a arrecadação vão refletir nos estados e municípios, portanto melhorar o
desempenho administrativo da cidade, acredita ele que sabe que a
recuperação demanda tempo.
O presidente da Câmara de vereadores Franklin Capistrano reforça
que sua gestão no Legislativo também tomou atitudes para reduzir gastos
do município, como o congelamento dos salários dos vereadores, do
prefeito, vice-prefeito,vereadores e dos secretários municipais até
2020. De acordo com o autor do projeto de Lei, vereador Luiz Almir (PR),
primeiro secretário da mesa diretora, isso vai causar uma economia de
R$ 15 milhões nos próximos quatro anos. Uma atitude, de acordo com ele,
única no país.
A aprovação do congelamento dos salários foi unânime e contou com o
apoio do prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT), reeleito para o mandato
que se inicia próximo dia 1º. “Não houve um aumento de um centavo
sequer, portanto teremos uma economia muito grande com essa nossa
atitude, sábia, que o povo esperava. Nós não tínhamos como providenciar
aumento em vista da situação econômica do município”, reforça
Capistrano.
O presidente da Câmara não dá entrevistas por telefone e divide a
rotina diária entre trabalho social, compromissos administrativos da
Câmara, o próprio mandato, as consultas e a poesia, sua paixão. Segundo
os mais próximos, homem de poucas vaidades, Franklin tem admiração pelas
Forças Armadas e pela Igreja Católica.
Instado a fazer uma avaliação de sua administração, ele acredita
que melhorou a qualidade de vida dos servidores da Câmara Municipal e
abriu a casa à população. “Fizemos uma revisão, uma adaptação, incluímos
nos proventos todas as gratificações, fizemos uma revisão do quadro com
melhoria de salários, obedecendo também a data-base. Melhoramos, dentro
da CMN, a questão do recebimento dos vencimentos. Nós não temos um dia
sequer de atraso”, afirma.
De acordo com ele, o pagamento dos salários de dezembro seria feito
antes do fim do mês, enquanto a prefeitura e o estado enfrentam
dificuldade de pagar a folha e parcelam pagamentos. “Também implantamos
o serviço social na Câmara, diminuímos, de certa forma, os contratos e
também adotamos uma série de medidas para que tivéssemos diminuição de
custos”, ponta.
Entre as medidas estão a realização do primeiro concursos público
do Legislativo da capital e a assinatura de nova autorização para novo
concurso. O objetivo, de acordo com ele, é diminuir o número de cargos
comissionados e, dessa forma, reduzir despesas.
(NovoJornal)
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