Crise nas finanças do município, desemprego, mobilidade,
urbanização, saúde e até segurança – um atributo constitucional do
Estado – são os principais problemas da Natal em seus 417 anos, segundo
os novos vereadores da capital, eleitos dia 2 de outubro.
O NOVO perguntou a 21 dos 29 parlamentares que tomarão posse no
próximo dia 1º qual o principal problema que a cidade enfrenta no seu
aniversário, neste dia 25. Quatorze nomes são novos na Casa.
Tema mais recorrente, a Saúde deverá receber atenção da próxima
legislatura, segundo os vereadores reeleitos Fernando Lucena, Felipe
Alves, Ubaldo Fernandes, além das novas vereadoras Ana Paula e Wilma de
Faria. Ana Paula já discute um projeto para mudar o formato de atuação
dos postos de saúde.
Candidato favorito à presidência da Casa, Raniere Barbosa também
levantou o tema e acrescentou o desafio do contingenciamento de despesas
diante da queda de recursos. Júlia Arruda, do mesmo partido, reforçou
que, além de normalizar o pagamento aos servidores, a cidade precisa de
investimentos em infraestrutura, que estão paralisados.
Ney Lopes Junior e Aldo Clemente defendem o investimento no turismo
como alternativa na geração de emprego e retomada econômica da capital
potiguar. Clemente pretende apresentar projeto de lei que vincula
percentualmente o custo de divulgação do destino aos impostos que são
arrecadados do setor. A licitação do transporte público também deverá
ser pauta no próximo ano. Kleber Fernandes, um dos novos vereadores, o
projeto tem que avançar. Na página ao lado, veja a opinião de cada um
entrevistado:
Natália Bonavides (PT)
Acho que o principal desafio é que Natal seja pensada para as
pessoas. As decisões políticas são muito tomadas com base nos interesses
econômicos e de grandes empresas. É importante que as decisões sejam
tomadas com base nas pessoas.
Raniere Barbosa (PDT)
Hoje, diante do contingenciamento de despesas que tem, a saúde é um dos maiores
desafios que temos, e depois, a mobilidade. São duas frentes às quais teremos que
dar um critério de prioridade.
Franklin Capistrano (PSB)
Teremos dificuldades orçamentárias. Temos que adequar os gastos racionalmente,
melhorar a arrecadação. Só assim vamos melhorar o desempenho administrativo,
as políticas públicas e sociais.
Robson Carvalho (PMB)
Não só a cidade do Natal como o Brasil enfrenta uma crise econômica
muito grande. Nós precisamos, unidos, procurar melhorias e soluções que
venham a agregar
e ter real aplicabilidade na nossa cidade.
Kleber Fernandes (PDT)
Acredito que a mobilidade urbana é um dos grandes desafios, a cidade precisa se adequar.
Temos um processo licitatório que ainda está sendo discutido, com dificuldade
de implementação. Isso precisa avançar.
Fernando Lucena (PT)
O desafio para Natal nos 417 anos é concluir o saneamento básico e
melhorar a saúde, que está muito ruim. Será um ano difícil, com crise
profunda, em que os prefeitos viram meros “pastoradores” de prefeitura.
Carla Dickson (PROS)
A gente sofre muito com a questão da segurança, que não compete ao
vereador, é responsabilidade de nível estadual. Também, com essa crise,
precisamos
melhorar a geração de emprego e estabilizar quem já tem o seu.
Ana Paula (PSDC)
Os postos de Saúde só recebem demandas por bairros. Temos que
acabar isso, fazer com que atendam toda Natal. Fazer uma central única
de marcação de consultas para que a
população não tenha que acordar às três da manhã para pegar uma ficha.
Sandro Pimentel (PSOL)
A principal dificuldade é administrativa. A cidade está paralisada, com muita dívida.
No Legislativo, precisamos fazer um trabalho de fiscalização efetivo,
mesmo com assessorias pequenas e muitas demandas.
Aldo Clemente (PMB)
O Turismo não tem o devido investimento. Em 2015, o município
recolheu do ramo hoteleiro mais de R$ 19 milhões e só investiu R$ 150
mil para divulgar o destino Natal. O Turismo é a grande alavanca
geradora de emprego e renda.
Ériko Jácome (PTN)
O principal problema de Natal é a segurança, infelizmente. A gente
tinha uma cidade segura, mas atualmente ela não é mais. Então, eu quero
trabalhar muito pela segurança. Precisamos discutir isso a nível
municipal e com o secretário de Segurança.
Chagas Catarino (PDT)
O que a gente tem que resolver, o mais rápido possível, é dar
atenção às comunidades. Elas são esquecidas em trabalhos básicos da
Prefeitura. E a gente tá defendendo isso a cada dia: melhorar
iluminação, os postos de saúde, os CMEIS [Centros Municipais de Educação
Infantil], as escolas.
Eleika Bezerra (PSL)
Natal cresceu, se expandiu de uma forma nada planejada. A mobilidade é muito triste.
A cidade também não atende a educação infantil e o ensino fundamental, que
é obrigação dos municípios, mas atende o Ensino Superior. Um absurdo.
Wilma de Faria (PTdoB)
Na saúde, a prefeitura é quem faz toda a parte inicial de
tratamento, prevenção, esse é um tema que precisa ser abordado bastante.
Vamos cobrar tudo o que o prefeito prometeu na campanha.
Felipe Alves (PMDB)
Acho que hoje enfrentamos graves problemas na saúde e na segurança.
A segurança é papel do estado, mas não podemos nos furtar. E a saúde
terá que ser prioridade, além do turismo e da mobilidade, que são temas
relevantes para a cidade.
Eudiane Macêdo (SD)
Como moradora da Zona Norte, um dos principais problemas da região
são o transporte público e a infraestrutura dos loteamentos, que antes
não existiam, mas hoje estão aumentando cada vez mais com novos
moradores que vêm do interior.
Luiz Almir (PR)
A maior dificuldade que Natal tem é a que a maioria das capitais do
Brasil estão enfrentando: a financeira. Nós congelamos os salários dos
vereadores, prefeito e secretários. Fizemos projetos, mas as
dificuldades financeiras são muito grandes.
Ney Lopes Jr. (PSD)
O principal problema hoje é o desemprego. Nós teremos o desafio de
apresentar ideias para políticas de fomento ao emprego, como o turismo,
que é um grande gerador de emprego, mas que não tem esse potencial sendo
aproveitado.
Sueldo Medeiros (PHS)
O urbanismo precisa ser debatido. O plano diretor é uma coisa muito
importante para o desenvolvimento da cidade e está precisando de uma
revisão do que está
regulamentado e regulamentar áreas que ainda não foram.
Ubaldo Fernandes (PMDB)
É prioritário que tenhamos um olhar diferenciado para a saúde
pública, educação e regularização fundiária. A sociedade também clama
muito pela transparência e precisamos melhorar nisso.
Júlia Arruda (PDT)
Há previsões que as finanças de 2017 serão piores que em 2016. Não
estar honrando com a folha do funcionalismo público é um grave problema.
Isso tem que ser prioridade. Com os servidores em dia, a cidade tem
que retomar investimentos.
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